Os supermercados de Passo Fundo ficarão fechados em pelo menos 20 datas durante o ano de 2017. A definição feita em convenção coletiva de trabalho definiu os feriados e os domingos em que as lojas não poderão abrir. Em 2016, o fechamento aos domingos não representou perdas aos estabelecimentos, conforme o Sincogêneros que representa os supermercados de Passo Fundo. No município, cerca de 2,5 a 3 mil pessoas estão empregadas em supermercados..
Conforme o presidente do Sincogêneros, Ivan Manfroi, o fechamento aos domingos não representou perdas aos estabelecimentos. Comparado com outros municípios que mantêm as lojas abertas, os resultados dos supermercados em Passo Fundo no ano passado foram similares. Manfroi explica que os consumidores de adaptaram e buscam saber quando haverá o fechamento e programam as compras para o dia anterior ou posterior. “Economicamente não se perdeu nada. As vendas migram para dias antes ou depois do fechamento”, reitera Manfroi.
Como o município é muito forte na área comercial, Manfroi destaca a importância dos dias de folga para que as pessoas possam descansar e também aproveitarem momentos com as próprias famílias. “Mantemos um padrão que não prejudica os trabalhadores nem a comunidade para que todo mundo possa ser bem atendido e todos possam aproveitar”, acrescenta.
Outro fator positivo que foi registrado foi o incremento de vendas dos mercados menores e geridos por famílias e que podem abrir mesmo nos dias em que os demais ficam fechados. “Eles conseguem um desempenho melhor porque os clientes que não se prepararam buscam esses estabelecimentos menores”, justifica Manfroi. Ele destaca ainda que a abertura aos domingos sempre gera custos maiores às empresas devido às bonificações aos funcionários.
Uma luta antiga
A não abertura em domingos e feriados é uma luta antiga dos Sindicomerciários, de acordo com o presidente da entidade, Tarciel da Silva. Ela se estende desde que foi proposto pela Câmara dos Vereadores, na década de 90, o projeto de não abertura nos domingos. Silva lembra que, na época, a categoria ocupou a casa do Legislativo e lutou pela causa. “Depois de quase 20 anos a gente retomou essa luta. Os trabalhadores fortaleceram o sindicato, participaram das assembleias para começar, mesmo que aos poucos, o movimento contra o trabalho nos domingos. É uma luta histórica”, explana.
A primeira conquista, foi a aproximadamente três anos, quando conseguiram retirar o expediente nos feriados. Há dois anos, conseguiram retirar um domingo de trabalho por mês. “Para nós claro que é um avanço. Você ter duas décadas de horário livre no comércio e em dois anos consegue tirar o feriado e um domingo por mês. É uma vitória”, enfatiza o presidente.
A luta ainda continua, de acordo com Tarciel da Silva. “A gente quer parar com o trabalho aos domingos nos mercados e em todo o comércio. O problema não é estar aberto, é que não precisa o trabalhador estar naquele horário para atender ao público, pois todo mundo adianta suas compras. Quando não pode abrir no feriado ou naquele domingo, os mercados lotam no dia anterior. Então a população só tem de se adequar aos horários de abertura”, comenta.