Produção de aço tem queda de 9,2%

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A produção acumulada de aço bruto no país em 2016 totalizou 30,2 milhões de toneladas, uma queda de 9,2% em comparação a 2015. A produção de laminados somou 20,9 milhões de toneladas no ano passado, o que representa uma redução de 7,7% em relação ao ano anterior.

Os dados foram divulgados hoje (17) pelo Instituto Aço Brasil e apresentam número predominantemente negativos, acompanhando o comportamento da economia brasileira em geral, e da indústria em particular.

Em entrevista, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, afirmou que, no ano passado, o setor viveu a pior crise de todos os tempos.

“Os números predominantemente negativos espelham a gravidade do que viveu o setor do aço no Brasil no ano passado. Sem dúvida nenhuma, o ano de 2016 se caracterizou pela pior crise já enfrentada pela indústria do aço em toda a sua história. Nem mesmo a crise de 2008, que foi mundial, foi tão ruim. O setor vinha de um período capitalizado, e a recuperação foi relativamente rápida. Havia ainda a China em franca expansão e demandadora de aço naquela época”, disse o presidente executivo.

Segundo Polo de Mello, a crise decorre tanto de fatores conjunturais como estruturais, com o comportamento “pífio” da economia. “O PIB [Produto Interno Bruto] vem de resultados simplesmente insignificantes nos últimos anos. Os setores automotivos, de máquinas e equipamentos e de construção civil, que chegam a representar cerca de 80% do consumo de aço no país, tiveram redução drástica de suas atividades ao longo de todo o ano passado”, destacou.

Pelos números divulgados pelo Instituto Aço Brasil, o consumo aparente (produção interna mais importações, menos exportações) de produtos siderúrgicos fechou em queda de 14,4% de um ano para o outro, alcançando 18,2 milhões de toneladas em 2016. Também houve retração nas vendas internas, que encerraram o ano em 16,5 milhões de toneladas, uma redução de 9,1% no comparativo com 2015.

Os números negativos também se repetiram no comércio exterior, com as importações fechando em queda de 41,4% e totalizando 1,9 milhão de toneladas. Com esse resultado, o valor das importações do setor atingiu US$ 1,7 bilhão, valor 45,9% inferior ao registrado em 2015.

Já em relação às exportações, a redução foi bem menor. Houve queda de 2,1% em volume exportado, totalizando 13,4 milhões de toneladas, e de 15% nas receitas, que fecharam o ano passado em US$ 5,6 bilhões.

Números de dezembro

Os números divulgados pelo Instituto Aço Brasil indicam que a produção brasileira de aço bruto em dezembro foi de 2,1 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 12,7% quando comparada ao mesmo mês de 2015. Já em relação ao aço laminado, a produção de 1,4 milhão de toneladas representa uma queda de 7,6% na mesma base de comparação.

Os números do instituto indicam ainda que o consumo aparente no mês de dezembro foi de 1,4 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos. Esse volume foi 12,7% superior ao registrado em dezembro de 2015. As vendas internas totalizaram 1,2 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos, um crescimento de 11% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Para o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, no entanto, esse crescimento não teve relevância para o resultado do fechamento do ano. “Esse crescimento de dezembro nada significou diante do tamanho da queda dos diversos segmentos do aço ao longo do ano passado. Ele se deu sobre uma base extremamente comprimida e ainda assim foi pífio em números absolutos”, afirmou.

“Se você olhar ao longo do ano, o consumo aparente caiu quase 14%, e isto sim é catastrófico. A base é tão comprimida que esse crescimento é praticamente nulo. A base [de comparação] está comprimida demais. Esse crescimento de 12,7%, em termos de tonelagem, é muito baixo. Para uma queda que chega ao longo do ano a cerca de 21 milhões de toneladas, crescer 100 mil toneladas não significa nada”, disse.

Os dados de dezembro indicam que as importações também avançaram 74,8% em relação a igual período de 2015 e somaram 201 mil toneladas. Esse volume resultou em uma receita de US$ 152 milhões. Já as exportações de produtos siderúrgicos atingiram 1,3 milhão de toneladas no mês, queda de 17% sobre dezembro de 2015. Em contrapartida, a receita, equivalente a US$ 569 milhões, significou um crescimento de 4,2% na mesma base de comparação.

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