A Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) divulgou recentemente a disponibilidade de 3.739 mil vagas de emprego em Agências FGTAS/Sine de todo o Rio Grande do Sul. Embora o número possa parecer alto, o coordenador da Agência de Passo Fundo, Sérgio Ferrari, alerta que a quantidade de vagas não foi ampliada e que a situação de desemprego ainda é grave. Em apenas 45 dias, cerca de 1,5 mil pessoas solicitaram seguro-desemprego no município. No ano passado, o número de pedidos do benefício foi de 10,8 mil no decorrer dos 12 meses.
“Continuamos operando com o número normal de vagas, que é sempre entre 40 e 50”, salienta Ferrari, lembrando que as contratações ainda são menores que as demissões e, portanto, não são suficientes para diminuir o índice de desemprego. Mais de 120 pessoas procuram vagas diariamente no Sine. “Não queremos criar a ilusão de que os números cresceram. O fechamento ainda é muito grande e nos preocupa muito. Quando saem essas notícias de que três mil vagas estão disponíveis, parece um número alto, mas é um saldo de três mil vagas em todo o Estado. Distribuído em tantos municípios, esse número é muito baixo”. Outra questão agravante é o tempo de recolocação no mercado de trabalho, que vem crescendo cada vez mais. Ainda de acordo com o coordenador, em 2015 uma pessoa desempregada conseguia se recolocar no mercado em quatro meses. Agora, este tempo varia de oito a dez meses, extrapolando o tempo de recebimento do seguro-desemprego.
Estima-se que entre oito e 10 mil pessoas estejam desempregadas em Passo Fundo. “A grande vilã no município em 2016 foi a construção civil, seguida pela indústria da transformação. Elas demitiram muito mais pessoas do que contrataram”. O negativo foi de 12,8% na construção civil e 8,5% na transformação. Os únicos setores com saldos positivos foram indústria (1,5%) e serviços (0,28%). A situação não é diferente do restante do estado: foram 54 mil postos a menos, em relação a 2015. “Um dos motivos pelo qual o desemprego só não é maior em Passo Fundo é que as pessoas decidiram migrar para o MEI”, avalia Ferrari.
O Microeemprendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empreendedor. Entre as vantagens oferecidas àqueles cadastrados no MEI, está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Apesar disso, o número de CNPJs cadastrados no município também caiu. De 15.472, passou para 15.268, o que significa que a decisão de abrir o próprio negócio não supera o número de empresas que fecharam.
1,5 mil pessoas solicitaram seguro-desemprego
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