Consumo de combustíveis no Brasil caiu 4,5% em 2016

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A retração da economia brasileira levou o consumo de derivados de petróleo no país a cair 4,5% no ano passado em relação a 2015. Esta é a segunda queda consecutiva do indicador, que entre 2014 e 2015, teve retração de 1,9%.

Os dados foram divulgados hoje (16) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2017 (Ano-Base 2016), realizado na sede da agência, no Rio de Janeiro.

De acordo com a ANP, no ano passado, as vendas de combustíveis no mercado brasileiro totalizaram 135,436 bilhões de litros. Em 2015, foram comercializados 141,811 bilhões de litros.

O consumo de etanol hidratado registrou a maior queda nas vendas em 2016, com retração de 18,3%, passando de 17,863 bilhões de litros em 2015 para 14,586 bilhões de litros. 

A venda total de etanol (que inclui o anidro – que é misturado à gasolina – e o hidratado – injetado diretamente no tanque) teve queda de 9%, passando de 28,796 bilhões de litros para 26,201 bilhões de litros.

No caso do diesel, em 2016 houve retração de 5,1% na comercialização de óleo diesel B (com adição de biodiesel), passando de 57,211 bilhões de litros para 54,279 bilhões de litros. Já as vendas de biodiesel caíram 5,1% - de 4,005 bilhões de litros em 2015 para 3,799 bilhões de litros.

Os dados indicam, no entanto, que a venda da gasolina C, com adição de etanol, cresceram 4,6%, com 43,019 bilhões de litros comercializados em 2016.

Gás natural e GLP

A agência também divulgou os números relativos ao consumo de gás natural e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha. As vendas de gás natural veicular (GNV) cresceram 3,2 % em 2016, passando de 4,820 milhões de metros cúbicos (m³)/dia para 4,976 milhões de m³/dia.

Já a comercialização de GLP aumentou 1,1%, passando de 13,249 bilhões de litros para 13,398 bilhões de litros.

As vendas de querosene de aviação (QAV) fecharam o ano passado com queda de 8%, com 6,765 bilhões de litros ante 7,355 bilhões de litros vendidos em 2015.

Influenciada pela retração da economia e também pela melhora relativa da situação hídrica do país, o que levou ao desligamento de várias térmicas, o consumo de óleo combustível também fechou 2016 em queda, neste caso de expressivos 32,4%, passando de 4,932 bilhões de litros para 3,333 bilhões de litros.

Expectativa

Apesar da queda de 4,5% na venda de combustíveis no ano passado, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, espera a recuperação do setor ainda este ano, com intensificação das vendas em 2018 “acompanhando a recuperação da economia brasileira”.

Para Oddone, este ano a indústria de petróleo e gás natural viverá “um momento muito rico e único”, com transformações profundas nos três segmentos significativos do setor: “A retomada dos leilões de petróleo e gás natural, e desta vez com maior dimensão, na medida em que houve mudança nas regras de exploração do pré-sal, que está avançando e permitindo que outros operadores venham a atuar na região; a abertura do mercado de petróleo e gás, com a Petrobras transferindo ativos para outras operadoras e agentes; além de um conjunto de mudanças que ocorrerão no segmento de downstream [etapa logística, de distribuição dos derivados]”, listou.

Mercado de Gás

O diretor-geral da ANP também disse que o reposicionamento da Petrobras no segmento de gás natural vai permitir que o país vislumbre um mercado mais competitivo no futuro.

“Com a mudança de posicionamento da Petrobras, o adiamento da construção de refinarias e a abertura para outros agentes, além do aumento das importações, aliada ao aumento da necessidade de investimento em logística, sinalizam o surgimento de uma nova indústria do petróleo no país.”

Em relação à importação de derivados de petróleo nos próximos anos, Oddone prevê crescimento das compras do mercado externo. “Quando você olha as projeções de longo prazo do governo feitas com base no Plano Decenal do setor energético, as projeções indicam que, a depender do tamanho do crescimento da demanda nós vamos sim estar importando um volume muito maior de derivados no futuro, o que vai permitir também que se retome investimentos em refinarias no Brasil ou no desenvolvimento de novos projetos ou até mesmo na ampliação das existentes.”

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