Os ovos de Páscoa deverão perder espaço na preferência dos consumidores neste ano. A exemplo do ano passado, menor variedade, produtos com menos peso e preços mais altos tendem a desestimular a compra. A alternativa deverá ser a compra de caixas de bombom e barras de chocolate que apresentam melhor custo benefício. Nos supermercados pode se perceber que a disponibilidade dos ovos de chocolate está com ritmo lento em relação aos anos anteriores, reflexo das incertezas entre a indústria e o varejo.
O presidente do Sincogêneros de Passo Fundo, Ivan Manfroi, destaca que o período de Páscoa concentra duas importantes datas para os supermercados: a Sexta-Feira Santa e o domingo de Páscoa. Com características bem distintas, as expectativas são bem diferentes para estas datas. Para a Sexta-Feira Santa a procura por peixes, vinhos e bacalhau deve ser beneficiada tendo em vista que os preços apresentam certa estabilidade em função da queda do preço do Dólar. Isso deve se refletir em boas vendas.
Por outro lado, a venda de ovos de chocolate não tem sido fator de otimismo para os supermercadistas. Com uma oferta menor por parte da indústria, os preços estão mais elevados e há menos variedade. Com isso, a opção dos empresários tem sido a de esperar melhores ofertas para oferecer produtos melhores em qualidade, variedade e preço. Conforme Manfroi, em um cálculo geral, é possível perceber que na maioria dos ovos de chocolate o preço equivalente por quilo está acima de R$ 100. Neste cenário a estimativa é de queda nas vendas de ovos de chocolate entre 12% e 15%. Essa queda pode ser suprida pela compra de outros produtos que acabam compensando as vendas.
No Estado
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) realizou um levantamento no último mês que apontou os supermercados do Estado deverão comercializar 8 milhões de ovos de chocolate até o dia 16 de abril. O volume deve alavancar um faturamento de R$ 135 milhões para o setor. Entre os bombons, a estimativa da Agas é de que pelo menos 6 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, agregando ao faturamento do setor mais R$ 36 milhões. Isso representa um crescimento de 3,6% na comercialização de caixas de bombons, e de 11,6% na de chocolates em barra e em tabletes.
Mesmo que as barras e bombons ganhem espaço, os ovos de chocolate ainda serão preferência para os consumidores gaúchos nesta Páscoa. A procura será, majoritariamente, por itens menores e mais baratos e que tenham brinquedos maiores. Os ovos “premium”, mais caros e adquiridos para presentear, deverão representar cerca de 12% das vendas.
Alta nos preços
Com relação aos preços, a pesquisa aponta que o valor médio dos produtos típicos de Páscoa está 8,5% superior ao ano passado. Veja outros produtos:
Produto Variação nas vendas Variação de preços
Ovos de Páscoa -12% +8,5%
Barras de chocolate +11,6% +7,3%
Caixas de bombom +3,6% +10%
Colombas pascais +9,3% +3,3%
Peixes/ pescados +6,6% + 11,6%
Outros produtos
Além de chocolates, a Páscoa alavancará a venda de outros produtos para o setor. As colombas pascais deverão apresentar um incremento de 9,3% nas vendas, conforme aponta o estudo. A data contemplará, ainda, a comercialização de azeites e azeitonas e vinhos, além de carne, cervejas, refrigerantes, e sobremesas para o tradicional churrasco do domingo de Páscoa.
Caem compras com dinheiro
Pela segunda vez, a Agas questionou aos supermercadistas como eles projetam vender os produtos típicos de Páscoa. Ainda que as compras à vista sejam majoritárias, o dinheiro deverá perder espaço para meios eletrônicos de pagamento neste ano.
Meio de pagamento 2016 2017
Dinheiro 48,1% 45,0%
Débito 16,9% 17,3%
Crédito 22,5% 25,0%
Tíquete 4,2% 3,7%
Cheque 3,0% 4,2%
Outros 2,3% 4,7%