O potencial de consumo de Passo Fundo alcançou os R$5,7 bilhões em 2017. O crescimento é de aproximadamente 14% na comparação com 2016, quando a estimativa chegou a R$ 4,9 bilhões. No ranking estadual, Passo Fundo perdeu uma posição em comparação com 2016, ficando em 10º. No Rio Grande do Sul, as primeiras colocações são ocupadas por Porto Alegre, Caxias do Sul e Canoas, respectivamente. Em comparação no potencial de consumo nacional, o município saltou de 121º para 114º. Os dados fazem parte da pesquisa IPC Maps 2017.
O professor e coordenador da Escola de Administração da Imed, Adriano José da Silva, afirma que quanto ao índice de crescimento, é necessário considerar a inflação do período para saber se houve um crescimento real ou não. Para isso, a conta é simples: deve pegar a porcentagem de crescimento do potencial de consumo e subtrair o percentual da inflação oficial do período. Com um crescimento de aproximadamente 14% no IPC Maps, e com uma inflação de 6,29% no mesmo período, o ganho real foi de 7%.
“Isso consolida a economia de Passo Fundo como polo regional de prestação de serviços que são alavancados por educação, saúde e serviços públicos, tanto estaduais quanto federais, que fazem com que a região venha consumir no município, gerando emprego e renda para Passo Fundo. Acredito que cada vez mais serão demandados produtos e serviços personalizados. Caberá as empresas rever seu modelo de negócio e encontrar novas oportunidades de oferecer esses produtos”, enfatiza o especialista.
Na região
Enquanto Passo Fundo atraí consumidores dos municípios vizinhos, estes precisam buscar maneiras para acompanhar crescimento no consumo. Municípios vizinhos como Marau, Palmeira das Missões e Soledade tiveram crescimento real menor. Já Carazinho e Sarandi não acompanharam a inflação no aumento do potencial de consumo. O coordenador da Escola de Administração da Imed aponta que os municípios da região precisam inventar e reinventar ofertas e serviços que atendam as necessidades de consumo dessas famílias para acompanhar o crescimento.
Por categorias
A manutenção do lar é o item com a maior fatia de dinheiro destinado, com mais de 20%. Conforme a pesquisa, o potencial de consumo nesta categoria é de R$ 1,4 bilhões para este ano. A alimentação no domicílio corresponde a mais de R$ 672 milhões e a alimentação fora do domicílio à R$ 255 milhões. Em bebidas, o gasto é de R$ 88 milhões. Cigarros dão mais despesas que livros. Com fumo, o potencial de consumo é de R$ 40,9 milhões enquanto com livros e material escolar R$ 20,6 milhões. Com transporte público, estão previstos R$ 104,3 milhões em gastos. Já com carro próprio, a estimativa é R$ 315,3 milhões. Já em saúde, os gastos com medicação devem atingir os R$ 191,4 milhões e os custos com outras despesas em saúde R$ 159 milhões. Outras despesas devem custar outro R$1,09 bilhão.
Por classe
A classe social que mais deve consumir é a B, em torno de R$ 2,8 bilhões. Logo atrás, a classe C tem um potencial de consumir R$ 1,7 bilhões no município neste ano. Outros R$ 600 são estimados à classe A e R$ 354 milhões para as classes D e E. Se analisado os números de domicílios por classe social, dos 70.240 casas urbanas em Passo Fundo, a classe C ocupa um percentual de 52,3%. A classe B representa 32%, a classe A denota 2,8% e as classes D e E simbolizam 12,9%.
Nacional
O estudo IPC Maps mostra que o consumo nacional tem fôlego para atingir R$ 4,2 trilhões, embora se iguale aos níveis de consumo de 2011 quando comparados os valores sem considerar a inflação. Serão gastos R$ 300 bilhões a mais que em 2016, indicando crescimento real estimado em 0,42%. O desembolso desses recursos nos 22 itens da economia permanece maior no interior dos Estados sobre as capitais, que melhoraram minimamente o seu perfil de consumo. Enquanto os 50 maiores municípios concentram mais de 40% de tudo que é consumido no País, a mobilidade nos extratos sociais está praticamente estagnada, com reflexos de queda no topo da pirâmide social (classes A e B) e estreitamento ainda mais acentuado nas classes menos favorecidas. O fenômeno da interiorização no consumo que percorre o Brasil alcança 70,15% de tudo que será consumido pelos brasileiros em 2017, pouco acima de R$ 2,9 trilhões, já considerando o atual cenário de retração econômica nacional. O estudo mostra que esse fenômeno não é novo, e que vem se evidenciando desde 2015 quando a movimentação do consumo fora das Capitais bateu os 70%.
Atualmente, resta às capitais estaduais pouco menos de 30,0% (próximo de R$ 1,3 trilhão), uma participação que por longos anos espelhava mais da metade do consumo nacional. Focando a renda nas mãos do consumidor, os dados analisados pelo IPC Maps indicam não só que a movimentação de recursos evoluiu pelas cidades interioranas, como também o estudo mostra um diferencial na criação de novas empresas acompanhando uma alternativa ao empreendedorismo no País.
De acordo com o responsável pelo estudo, Marcos Pazzini, “este cenário pode contribuir para se traçar um novo horizonte de oportunidades competitivas para a economia, impulsionando a ocupação da mão-de-obra e o consumo por produtos e serviços”. Esta análise é resultado da compilação dos dados de potencial de consumo dos municípios do Interior dos Estados, em comparação com o consumo nas Capitais, usando informações do IPC Maps entre 2016 e 2017, feito pela empresa especializada em informações de mercado, a IPC Marketing Editora
Marau (43º) (crescimento de 7,2%)
2017: 1,1 bilhão
2016: 1,02 bilhão
População: 41 mil
Passo Fundo (10º) (crescimento de 14%)
2017: 5,7 bilhões
2016: 4,9 bilhões
População: 198,8 mil
Palmeira das Missões (80º) (crescimento de 6,8%)
2017: 643,9 milhões
2016: 599,8 milhões
População: 34,8 mil
Sarandi (92º) (crescimento de 4,02%)
2017: 594,5 milhões
2016: 570,6 milhões
População: 23,4 mil
Soledade (91º) (crescimento de 9,3%)
2017: 598,6 milhões
2016: 542,4 milhões
População: 31,3 mil
Carazinho (31º) (crescimento de 6,25%)
2017: 1,6 bilhão
2016: 1,5 bilhão
População: 62,3 mil
Potencial de consumo em Passo Fundo
2015 - 4,6 bilhões
2016 - 4,9 bilhões
2017 - 5,7 bilhões
Potencial de consumo em Passo Fundo por setor
Gastos |
Valor gasto |
Saúde (medicamento e outros gastos) |
R$ 350.500.410 |
Transporte (público e carro próprio) |
R$ 419.636.468 |
Alimentação (fora e no domicílio, bebidas) |
R$ 1.016.019.726 |
Cultura |
R$ 94.391.921 |
Educação (livros e material escolas; matrículas e mensalidades) |
R$ 113.537.335 |
Comércio (vestuário e calçados) |
R$ 284.432.291 |
Lar (manutenção, artigos de limpeza, mobiliário, eletrodoméstico, materiais de construção) |
R$ 1.982.896.852 |
Estética (higiene) |
R$ 111.690.524 |
Viagem |
R$ 94.246.938 |
Fumo |
R$ 40.904.342 |
Outras despesas |
R$ 1.090.481.987 |
Consumo rural |
R$ 106.985.715 |
Total |
R$ 5.705.724.507 |