Balança comercial: Passo Fundo tem o pior resultado para junho em sete anos

O saldo do município ficou em U$ 41,4 milhões. Na comparação sazonal, o resultado só não é mais baixo que o registrado em 2010, quando o saldo foi de U$ 27,4 milhões

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A balança comercial de Passo Fundo segue em ritmo mais lento do que no ano passado. Em junho deste ano, o saldo caiu 59,9% na comparação sazonal com 2016. No último mês foi registrado saldo de U$ 41,4 milhões, contra os U$ 103,4 milhões de junho do ano passado. Em relação a maio deste ano também houve queda. Na série histórica, este é o pior resultado para o mês desde 2010, quando o superávit - que é a diferenta das exportações menos as importações- foi de U$ 27,4 milhões.

O decréscimo do saldo de junho foi provocado pelo aumento das importações e a queda nas exportações. Em junho, Passo Fundo vendeu U$ 58,05 milhões e comprou U$ 16,5 milhões. Em maio deste ano, foi comercializado U$ 83,8 milhões e comprado U$ 7,3 milhões. Os dados são da Balança Comercial, divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

No topo dos produtos mais comercializados, permanecem a soja e as carnes de frango. A exportação de soja em 2017 (U$ 196,07 milhões) está superior a do mesmo período do ano passado (U$ 176,5 milhões) em receita e em quantidade. Foram 512 mil toneladas comercializadas até junho. A diferença, porém, em relação ao mesmo semestre do ano passado, é que caiu a venda de resíduos sólidos originados da extração da soja. Em 2016, foram vendidos 215 mil toneladas do produto por U$70,7 milhões. De janeiro a junho, 68,3 mil toneladas do produto foram comercializadas por U$ 22,8 mil. Mais de 70% das exportações de 2017 tiveram como destino a China. Na lista entre os produtos mais importados estão os óleos de petróleo, a cevada e os defensores agrícolas. Quase 30% das importações são de origem dos Estados Unidos da América (EUA).

Brasil

O mês de junho deste ano obteve maior saldo comercial em relação ao mesmo período, em todos os anos da série histórica, iniciada em 1989. O saldo comercial apresentou superávit de US$ 7,195 bilhões, valor 81,3% superior a igual período de 2016, US$ 3,969 bilhões. O mês obteve também o segundo melhor resultado, para meses, de toda a série. Fica somente atrás de maio de 2017. 

As exportações totalizaram US$ 19,788 bilhões, o que representa um crescimento de 23,9% sobre junho de 2016, e de 4,7% em relação a maio de 2017, pela média diária. Já as importações somaram US$ 12,593 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, apresentaram aumento de 3,3%, e de 8,8% sobre maio de 2017, pela média diária. No período, a corrente de comércio alcançou valor de US$ 32,381 bilhões, crescimento de 15,0%, pela média diária, sobre o ano anterior.

Semestre

A balança comercial brasileira acumulou recorde histórico de US$ 36,219 bilhões no primeiro semestre de 2017, valor 53,1% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, o que representa o melhor resultado de toda a série histórica, iniciada em 1989. O desempenho recorde se repete na avaliação isolada do mês de junho, cujo superávit (US$ 7,195 bilhões) também foi o melhor da série histórica.

O resultado do semestre provocará uma revisão na previsão de saldo anual de 2017. “A nossa previsão para 2017 era de pouco mais de US$ 55 bilhões. Considerando que em seis meses chegamos a quase US$ 40 bilhões, é possível prever superávit aproximado de US$ 60 bilhões para este ano”, afirma o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.

No semestre, houve crescimento tanto nas exportações quanto nas importações. “Diversos produtos têm apresentado bom desempenho nas exportações, tanto agrícolas, minerais, industrializados como automóveis, semimanufaturados de ferro, aço, veículos de carga”, afirmou Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação. “Há também uma recuperação das importações, principalmente de bens intermediários, de insumos para a agricultura e petroquímica. Isso é um primeiro sinal da recuperação da economia”, acrescentou.

As exportações apresentaram valor de US$ 107,7 bilhões. Sobre 2016, o número representa crescimento de 19,3%, pela média diária. Já as importações somaram US$ 71,5 bilhões, 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (US$ 66,6 bilhões). Com isso, corrente de comércio alcançou US$ 179,2 bilhões, o que equivale a 14,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado (US$ 156,9 bilhões), pela média diária.

No acumulado de janeiro a junho deste ano, houve crescimento nas exportações de produtos básicos (+27,2%), semimanufaturados (+17,5%) e manufaturados (+10,1%). Em destaque, o crescimento de receita de petróleo em bruto (+128,2%), no grupo dos básicos, aumento nas vendas de semimanufaturados de ferro/aço (+70,6%), além do comércio de óleos combustíveis (+122%) e veículos de carga (+59,2%) e de passageiros (+52,8%), entre os manufaturados.

 Carne

Apesar das restrições importas à carne brasileira pelo mercado americano, em junho, o impacto no conjunto global de exportações do produto foi baixo. Os EUA representam cerca de 2% dos embarques nacionais do produto in natura. A exportação para os EUA de carne bovina in natura representou cerca de 2% da exportação brasileira desse tipo de produto. O Brasil exporta para mais de 160 países e o mercado norte-americano havia sido aberto esse ano e apresentou redução de 4,5 mil toneladas em maio para 2,4 mil toneladas em junho. Na avaliação, global, entretanto, o impacto não é significativo. Segundo Herlon Brandão, a variação nas exportações de carne, no semestre, se deu graças a uma redução nos embarques para o Egito, quarto maior destino comprador do produto brasileiro no ano passado. “O país enfrenta restrições relacionadas a divisas externas, nenhuma relação com questões sanitárias”, explicou.

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