Mais de 6,5 mil benefícios seguro-desemprego solicitados em 2017

Em Passo Fundo o número de desempregados vária entre 7 e 8 mil, diz agência FGTAS/Sine

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Em Passo Fundo, o desemprego abrange entre 7 e 8 mil pessoas, conforme dados da FGTAS/Sine de Passo Fundo. O número já foi maior. No início do ano, a média variava entre 8 e 10 mil desempregados no município. De janeiro a agosto deste ano foram encaminhados em torno de 6,5 mil pedidos de seguro-desemprego e cerca de 10 mil pessoas, que buscaram a agência, receberam intermediação de mão de obra.
“O número de desempregados diminuiu por dois motivos. O primeiro é em virtude do saldo positivo na geração de emprego formal, em que se contratou mais do que demitiu neste ano. A segunda razão é porque muitas pessoas, na cidade de Passo Fundo, se tornaram microempreendedoras (MEI). Essa pessoa abre o MEI e sai da tabela de desempregados”, analisa o coordenador da agência, Sérgio Ferrari. Conforme ele, o índice de desempregados ainda é alto em um universo de 120 mil pessoas economicamente ativas e 58 mil carteiras assinadas.
Dificuldade para retornar ao mercado
Sérgio Ferrari frisa que a faixa etária acima dos 40 anos representa 30% dos desempregados. “São as pessoas que mais sofrem para voltar ao mercado de trabalho porque são muito especialistas em uma área já que passaram 20 anos dentro de uma empresa trabalhando com isso. Essa especialidade não serve no mercado mais principalmente para quem era da indústria da transformação. Por exemplo, quem trabalhava em uma indústria mecânica e era torneiro e não está mais conseguindo emprego nesse ramo. É uma pessoa que tem uma qualificação absoluta sobre algo e que acaba não servindo hoje em uma situação de desemprego”, explica.
Além da qualificação, o profissional, que em 2015 demorava de 3 a 5 meses, hoje demora de 8 a 12 meses para conseguir voltar ao mercado de trabalho. Situação essa que gera desespero em mães e pais de família, conforme o coordenador da agência de Passo Fundo. “As pessoas tem que ter plano B e estar qualificado em mais de uma função”, aconselha Ferrari.
O coordenador pontua que a agência FGTAS/Sine vem trabalhando para diminuir os dados de desemprego em Passo Fundo. “Nós temos trabalhado muito para captar o maior número de vagas possível e para tentar colocar o trabalhador novamente no mercado. Sabemos que o trabalho, além de dignificar a vida humana, gera renda, impostos e melhora a qualidade de vida”, afirma.
13,3 milhões de desempregados
O Brasil fechou o trimestre móvel de julho com 13,3 milhões de desempregados. Apesar da queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril, o índice registrou um aumento de 12,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que nos meses de maio a julho de 2017 houve um aumento de 1,5 milhões no número de desocupados, em relação ao mesmo período do ano passado.
No trimestre imediatamente anterior, encerrado em abril, a taxa de desemprego havia sido de 13,6%. Com a queda, influenciada pelo aumento da informalidade no mercado de trabalho, o período de maio a julho fechou com taxa de desocupação em 12,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Informalidade
Segundo o IBGE, no contexto da crise econômica e da consequente falta de oferta de empregos formais, a maioria dos 721 mil brasileiros que deixou a fila do desemprego no trimestre encerrado em julho o fizeram via informalidade. “O aumento aconteceu, principalmente, entre os empregados sem carteira assinada, contingente que respondeu por mais 468 mil novos empregos, e entre os trabalhadores por conta própria, que respondeu pelo ingresso de mais 351 mil pessoas no mercado”, diz o IBGE. Já a população com carteira assinada manteve-se estável em 33,3 milhões”, diz a nota do IBGE.
O IBGE registrou nível de ocupação (indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) estimado em 53,8% no trimestre de maio a julho de 2017, apresentando um aumento de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre prévio. Em relação a igual trimestre do ano anterior, houve queda de 0,5 ponto percentual.
Em comparação com o mesmo trimestre de 2016, o número de empregados com carteira assinada caiu 2,9%,chegando a 33,3 milhões de pessoas. Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a comparação mostra tendência à informalidade no mercado de trabalho.
Para Azeredo, o aumento de 15,2% no número de pessoas trabalhando com alimentação é um dos indícios. “Em um ano, o grupamento alojamento e alimentação teve um aumento de 683 mil pessoas. Esse acréscimo foi, mais especificamente, relacionado à alimentação. Esse é um grupamento voltado, principalmente, às pessoas que, para fugir da desocupação, estão fazendo comida em casa e vendendo na rua”, explicou. Na visão do coordenador, o que se vê hoje no país “é um processo de recuperação em termos quantitativos, mas a qualidade deste trabalho é questionável, já que ela se dá no mercado informal”.
O setor público também influenciou a queda do desemprego, com aumento das contratações, principalmente nas prefeituras. As oportunidades no setor público chegaram a responder por mais da metade dos novos empregos do trimestre – o equivalente a 423 mil vagas.
Carteira Assinada
A influência da informalidade sobre o aumento do emprego também pode ser constatada quando se analisa o comportamento do emprego formal neste último trimestre encerrado em maio.
Apesar da estabilidade do número de carteiras de trabalho assinadas em relação ao trimestre anterior (de 33 milhões de pessoas), a comparação com o mesmo trimestre de 2016 mostra queda de 2,9% –o que representa equivalente menos 1 milhão de pessoas com carteira assinada.
Já o número de empregados sem carteira assinada cresceu 4,6% na mesma base de comparação (mais 468 mil pessoas), chegando a 10,7 milhões de pessoas. Em um ano, o aumento foi de 5,6% (mais 566 mil pessoas).
O contingente de trabalhadores por conta própria, por sua vez, fechou julho em 22,6 milhões de pessoas, uma alta de 1,6% na comparação trimestral (mais 351 mil pessoas), permanecendo estável na comparação anual.

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