Passo Fundo tem melhor saldo da balança comercial em três anos

Em setembro, o saldo do município ficou em U$ 71 milhões, o melhor para o mês desde 2014

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A balança comercial de Passo Fundo registrou o melhor saldo para o mês de setembro em três anos. O superávit (diferença das exportações menos as importações), que ficou em U$ 71 milhões, não era tão alto desde 2014, quando havia finalizado em U$ 78,4 milhões. Ao total, foram exportados U$ 76,2 milhões e importados U$ 5,2 milhões no mês passado.

Na comparação com setembro do ano passado, houve acréscimo de 361%, quando o superávit foi de U$ 15,4 milhões. Os dados representam uma recuperação do município que vinha registrando números inferiores aos de 2016 nos meses anteriores. Essa redução estava sendo pressionada principalmente pelos produtos agrícolas, que em alguns casos chegaram a cair mais de 80% em vendas.

A soja, que até agosto registrava decréscimo de 10% nas exportações, finalizou setembro com aumento de 5% nas vendas de 2017 em relação a 2016. O arroz também está com saldo positivo, teve acréscimo de 17% nas exportações em relação ao ano passado. Por outro lado, o milho e o trigo não apresentam recuperação nas exportações, com quedas de 72,80% e 86,33%, respectivamente.

Os industriais estão entre os que mais cresceram em vendas neste ano. Os resíduos de alumínio obtiveram aumento de 152%, as ferramentas intercambiáveis para ferramentas manuais (por exemplo: de embutir, estampar, puncionar, roscar, furar, escarear, mandrilar, fresar, tornear, aparafusar) tiveram acréscimo de 334%, os instrumentos e aparelhos para regulação ou controle aumentaram 628% as vendas e as máquinas para trabalhar couros ou peles aumentaram 268% em vendas.

A soja e a carne de frango estão no topo dos produtos exportados de Passo Fundo neste ano. Nas carnes, houve acréscimo de 27% nas vendas. Os países que mais compram os produtos passo-fundenses são a China, o Egito e a Arábia Saudita. Para a China foram vendidos U$ 393,3 milhões neste ano, um acréscimo de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Desde o início do ano, Passo Fundo já acumula um superávit de U$ 441,9 milhões. Durante todo o ano de 2016, o saldo foi de U$ 525,4 milhões. As estatísticas são do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Exportações gaúchas

As exportações totais do Rio Grande do Sul e as da indústria de transformação apresentaram desempenhos diferentes no fechamento do terceiro trimestre. As primeiras somaram US$ 4,94 bilhões entre julho e setembro, o que representa avanço de 3,3% em relação ao mesmo período de 2016. Essa alta foi determinada pelo grupo das commodities, a partir do incremento de 10,9% (totalizando US$ 1,68 bilhão). Já no caso das vendas externas do setor secundário, de US$ 3,22 bilhões, houve queda de 0,3% no valor embarcado, representando 65,2% de tudo o que foi negociado pelo Estado. É o nível mais baixo para o terceiro trimestre desde 2006 (US$ 3,1 bilhões). “Os números do comércio exterior da indústria gaúcha são alarmantes. Após um início promissor em 2017, estamos observando o aprofundamento de perdas que comprometem ainda mais a capacidade das empresas exportadoras em contratar e se manter competitivas globalmente”, disse o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Ribeiro.

Com este fechamento de trimestre, a indústria de transformação no RS completou quatro anos consecutivos de perdas nessa base de comparação. As exportações em 2017 nesse período foram 25,7% menores do que as de 2013 e 28,5% inferiores ao pico, registrado em 2008. O crescimento em 53,7% da procura da Argentina por produtos gaúchos impediu uma queda ainda maior nas exportações do RS. Se a demanda externa do país vizinho tivesse se mantido estável em comparação com 2016, por exemplo, o setor secundário teria recuado 5,9%.

Os setores que exerceram os principais impactos positivos para a indústria gaúcha foram Veículos automotores, reboques e carrocerias (38,9%), Químicos (14,6%) e Materiais elétricos (112,5%). Contribuíram de forma mais negativa Alimentos (-17,3%), Celulose e papel (-30,8%) e Máquinas e equipamentos (-16,2%). As importações totais gaúchas no período alcançaram US$ 2,56 bilhões, alta de 18,7% se comparada com o mesmo período do ano anterior.

Entre janeiro e setembro de 2017, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 13,2 bilhões, alta de 6,1% em relação ao mesmo período de 2016. As commodities e os produtos da indústria aumentaram as vendas em 10,7% (total de US$ 4,1 bilhões) e 4,1% (somando US$ 9,1 bilhões), respectivamente. Veículos automotores, reboques e carrocerias (48,2%), Químicos (17%) e Produtos de metal (27,3%) puxaram o crescimento. Já Alimentos (-4,4%), Celulose e papel (-20,4%) e Tabaco (-9,0%) registraram as maiores perdas.

A China seguiu como o principal comprador do RS no período, com US$ 4,03 bilhões, uma elevação de 15,6% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. Em seguida vieram a Argentina (+44,8%) e os Estados Unidos (+3,6%).

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