A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou em novembro 80,2 pontos, um crescimento de 3% em relação a outubro. É o maior nível alcançado desde os 81,8 pontos de junho de 2015. Os dados foram divulgados hoje (28) , pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o indicador pode variar de 0 a 200.
Apesar da alta em relação a outubro, o índice continua abaixo dos 100 pontos, o que indica “a lenta recuperação do otimismo das famílias e percepção de insatisfação com a situação atual”, na avaliação da CNC. Quando a comparação se dá com novembro do ano passado, a alta do indicador chegou a 7,9%.
Para o economista da CNC Bruno Fernandes, mesmo com a lenta recuperação do otimismo das famílias, o resultado de novembro indica que ”a trajetória favorável da inflação, aliada a um leve recuo do custo do crédito e retomada da massa salarial, vem liberando uma fatia maior do orçamento das famílias para o consumo”.
O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresentou melhora de 3% na comparação mensal, mesmo percentual verificado entre as famílias que recebem mais de dez salários mínimos. O índice das mais ricas ficou em 92,7 pontos, enquanto o das demais faixas de renda foi de 77,8. Todos os outros índices por faixa de renda também continuam abaixo dos 100 pontos.
Emprego atual em alta
Único subitem acima da zona de indiferença de 100 pontos foi o componente emprego atual, com 108,8 pontos. O índice teve aumento de 1,3% na comparação com o mês anterior. Em relação a novembro do ano passado, também houve melhora de 3%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 32,9%, ante 31,7% em outubro.
A percepção das famílias sobre a renda atual obteve a maior variação mensal desde março, ao fechar novembro com alta de 2,7%. Na comparação com 2016, este aumento foi de 4,8%.
A preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho aparece no componente perspectiva profissional. Com 96,3 pontos, o subitem apresentou variação positiva de 3,3% na comparação mensal e queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Aumento na perspectiva de consumo
Uma das mais importantes constatações da pesquisa da CNC é a de que, este ano, deverá ocorrer o primeiro crescimento anual das vendas do setor desde 2013. Ao constatar o maior fôlego nas vendas em relação ao ano anterior, a entidade revisou o crescimento do desempenho do varejo ampliado no final do ano de +2,8% para +3,7%, o que reforça a expectativa de crescimento anual.
“Esse cenário se baseia na percepção de que a inflação deverá permanecer livre de pressões neste ano, permitindo que as taxas de juros mantenham a trajetória de queda", constatou a pesquisa. A expectativa é que o grau de confiança dos consumidores aumente e sustente o crescimento das vendas, a partir da recuperação do mercado de trabalho..
O componente nível de consumo atual atingiu 56,1 pontos, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior e de 14,7% ante novembro do ano passado. Já a perspectiva de consumo registrou aumento de 6% em relação ao mês anterior e de 21,7% na comparação anual.
O item sobre o momento para comprar bens duráveis teve incremento de 2,4% na comparação mensal e de 17,7% em relação a 2016. Já o item acesso ao crédito, com 73,9 pontos, registrou aumento de 2,9% na comparação mensal e de 10,5% em um ano.