No início de dezembro, o Banco Central (BC) reduziu a Selic, taxa básica de juros, para 7% ao ano. A última previsão do mercado financeiro era de que a inflação ficasse em 2,83% em 2017. O acumulado (de janeiro a novembro) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 2,5%. A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, esta em 0,73%, para 2017. Para 2018, a estimativa de expansão fica na casa dos 2,50%.
Os números demonstram que 2017 foi o ano de início de um processo de recuperação do cenário econômico, em especial no segundo semestre. A análise é do economista e professor da UPF Julcemar Zilli. Segundo ele, a primeira metade do ano ainda apresentou um comportamento negativo, mas quando a inflação começou a baixar, ficando em torno de 3,5% a 4% ao ano, foi abrindo espaço para que a taxa de juros, a Selic, que é a taxa base da economia brasileira, também pudesse baixar. “Essa menor taxa de juros proporcionou um maior volume de investimento do setor privado, o que significa que as empresas que precisam pegar dinheiro emprestado dos bancos para construir suas empresas e montarem seus negócios pegaram o dinheiro e começou a aquecer a economia, ou pelo menos parou de desaquecer”, explica.
Esse Brasil que parece entrar nos trilhos do desenvolvimento ainda esbarra nos 12,7 milhões de desempregados – calculados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – ou nos cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, que vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para definir se uma pessoa é pobre. Ainda são 59,9 milhões de pessoas com contas em atraso ou nomes negativados, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O número representa 39,5% da população com idades entre 18 e 95 anos.
Nesse cenário – que de um lado traz estatísticas positivas e, por vezes, pouco palpáveis e de outro muito contraste e desigualdade –, como foi, economicamente, o dia a dia das pessoas em 2017? Organizar as contas causou muita dor de cabeça? A reportagem de ON peregrinou atrás de alguns personagens para obter essas respostas. Confira nas histórias a seguir.
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