Passo Fundo registra déficit em fevereiro

O saldo, de - U$ 11,5 milhões, foi o pior para o mês em dez anos. Resultado influencia negativamente no PIB do município

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Passo Fundo registrou, em fevereiro, o pior saldo na balança comercial para o período em dez anos. O déficit, que foi de U$ 11,5 milhões, é resultado do volume de importações (U$ 21,5 milhões), que ultrapassou as exportações. Ao total, o município comercializou U$ 10 milhões, uma redução de mais de 70% em relação a janeiro deste ano. O resultado deficitário da balança comercial do município, na comparação sazonal, só não foi pior do que em 2008, quando registrou - U$ 21 milhões. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O economista Julcemar Zilli explica que o resultado significava que importamos mais do que exportamos, o que indica que, ao invés de produzir produtos, agregar valor e exportar o produto nós estamos comprando o produto ou a matéria prima pronta de fora do Brasil. “Essa situação não gera renda, nem trabalho, influenciando negativamente no PIB do município”, acrescentou.


Apesar do resultado negativo, as exportações apresentaram acréscimo de mais de 50% nos dois primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. A soja, por exemplo, que não havia registrado movimentação no início de 2017, já vendeu U$ 24,5 milhões ao exterior neste ano. No lado dos industrializados, as carnes tiveram queda de 10% em relação a 2017 no município. Neste ano, as exportações deste grupo totalizaram, até o momento, U$ 16,9 milhões. O país que mais comprou foi a China, cujas vendas aumentaram 387,01% em relação ao mesmo período do ano passado. Os Emirados Árabes Unidos e o Japão também aparecem no topo dos países que mais compraram de Passo Fundo.


Já as importações foram impulsionadas principalmente pelos óleos de petróleo, cevada e defensivos agrícolas. Os óleos tiveram acréscimo de 50% em relação aos dois primeiros meses do ano passado, totalizando U$ 18,6 milhões em compras em janeiro e fevereiro de 2018. A cevada teve aumento de 108% e os insecticidas, fungicidas, herbicidas e demais produtos semelhantes tiveram variação positiva de quase 40%. As importações passo-fundenses tiveram origem da Argentina, com aumento de mais de 100%, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.

 

Soja impulsiona exportações gaúchas
Em fevereiro de 2018, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 811,8 milhões. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram aumentos no valor exportado (68,4%) e no volume embarcado (80,8%) e queda nos preços médios (-6,8%). Em termos absolutos, o crescimento nas exportações foi de US$ 329,8 milhões. Os dados foram divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em fevereiro de 2018 foram soja (US$ 297,9 milhões), carnes (US$ 129,6 milhões), fumo e seus produtos (US$ 121,7 milhões), produtos florestais (US$ 99,9 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 45,9 milhões). Dentre os principais setores, o complexo soja destaca-se por apresentar expressivo crescimento nos valores (mais US$ 228,6 milhões; 329,7%) e nos volumes embarcados (293,2%), assim como nos preços médios (9,3%). “Foram embarcados 517,9 mil toneladas de soja em grão, o que representa um crescimento de 476,9% no volume, comparativamente ao verificado em fevereiro de 2017”, dimensiona Sérgio Leusin Júnior, economista do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE.


Além do complexo soja, o resultado positivo do mês de fevereiro foi condicionado pelos incrementos nos setores de produtos florestais e de fumo e seus produtos. Em fevereiro, houve queda nas vendas do setor de carnes (menos US$ 29,2 milhões; -18,4%), determinada pela diminuição nos preços e volumes embarcados de carne de frango e suína, essa pela redução de embarques para a Rússia.


Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho em fevereiro deste ano foram China (31,4%), União Europeia (17,1%), Coreia do Sul (4,4%), Argentina (3,7%) e Estados Unidos (3,7%). Esses destinos concentraram 60,3% do valor das exportações em fevereiro.


No acumulado de janeiro a fevereiro de 2018, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 1,6 bilhão, o que representa uma elevação de 37,8% em relação a igual período de 2017. Nesse período, a dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar crescimento nos volumes embarcados (28,3%) e nos preços médios (7,4%).


Nos dois primeiros meses de 2018, os setores mais importantes para o agronegócio gaúcho foram complexo soja (US$ 554,1 milhões), carnes (US$ 282,5 milhões), fumo e seus produtos (US$ 250,7 milhões), produtos florestais (US$ 187,0 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 106,9 milhões).


“Nesse período, o complexo soja foi o setor com maior crescimento absoluto no valor exportado (82,2%). O maior volume embarcado (85,9%) foi determinante para o desempenho do setor, dado que os preços médios de seus produtos decaíram (-2,0%)”, explica Leusin.


China (32,2%), União Europeia (19,4%), Estados Unidos (5,0%), Coreia do Sul (3,8%) e Argentina (3,6%) são os principais destinos das vendas do agronegócio gaúcho no acumulado de 2018, e concentraram 64,0% das exportações do período.

Gostou? Compartilhe