Com 60% da área de soja pronta para ser colhida, umidade preocupa produtores

Caso condição climática continue, região pode ter problemas relacionados à capacidade de secagem da soja colhida com umidade acima do ideal

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Produtores dependem do clima para colher os cerca de 60% da soja que está pronta para ser retirada do campoProdutores dependem do clima para colher os cerca de 60% da soja que está pronta para ser retirada do campo
Produtores dependem do clima para colher os cerca de 60% da soja que está pronta para ser retirada do campo
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As lavouras de soja da região estão cerca de 30% colhidas e outros 60% estão prontos para serem retirados do campo. Com um rendimento médio de aproximadamente 60 sacas por hectare até o momento, a perspectiva é de que se tenha uma boa safra na região. O problema é o clima dos últimos dias. As chuvas impedem os agricultores de retirarem o grão do campo. A soja apresenta boa tolerância à umidade, mas, caso os dias de chuva persistam nesse período, a região pode enfrentar um problema com a disponibilidade de silos secadores.


De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo, Cláudio Dóro, apenas 10% das lavouras de soja estão em fase final de maturação. Até o momento não há perdas em função da umidade. A soja, depois de maturada, pode aguentar até cerca de 15 dias no campo sem que a qualidade seja prejudicada. Ao contrário de outras culturas, como o trigo, por exemplo, a soja é menos suscetível à umidade. Mesmo assim, a ordem no momento é não perder tempo para colher.


A orientação é para que os produtores não percam tempo, mas também não façam a colheita rápido demais, para evitar perdas. “Estamos com média de 60 sacas por hectare que é boa, mas um pouco mais baixa que o ano passado que era entre 64 e 65 sacas por hectare. O produtor precisa manter a calma, fazer a correta regulagem das máquinas e colher devagar”, pondera. A indicação visa evitar perdas no momento da colheita. Dóro explica que até uma saca por hectare de perda é normal. No entanto, no ano passado, por exemplo, a média de perda chegou a 2,16 sacas por hectare.


Silos secadores
A tendência agora é o produtor não esperar o grão alcançar o índice ideal de umidade na lavoura e colher mesmo com umidade elevada. Com isso, as cooperativas e os cerealistas que receberão esse grão deverão estar preparados para a secagem no momento do recebimento a fim de garantir que a qualidade seja mantida. Caso esse montante de soja chegue úmido aos silos, a tendência é de maior demora para a descarga e, consequentemente, a formação de filas nestes locais. Nas últimas três safras, os produtores, cerealistas e cooperativas não tiveram problemas com chuva na colheita, com isso a preocupação era apenas de espaço para armazenamento e não com a secagem do grão.


Colheita no Estado atinge 20%
No Estado, a colheita da soja se processou de forma bastante intensa nesta última semana, tendo aumentado 11 pontos percentuais, chegando a 20% do total semeado. De acordo com o último Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, as primeiras áreas colhidas vêm apresentando rendimentos dentro das expectativas e variando a cada região analisada. Nas localidades afetadas por falta de chuvas mais abundantes neste final de ciclo, os rendimentos variam entre 35 e 40 sacas/ha (2,1 a 2,4 mil kg/ha). Entretanto, em municípios onde as precipitações não comprometeram o desenvolvimento da cultura, os rendimentos têm ficado em torno de 60 sacas/ha (3,6 mil kg/ha). A média geral para o Estado segue ao redor dos 3 mil kg/ha.


Neste final de ciclo, há lavouras que apresentam ataque de lagartas. Assim, alguns produtores são forçados a entrar mais uma vez na lavoura para controlar os focos. Naquelas em estádios mais avançados, as lagartas estão atacando as folhas que restam, não conseguindo danificar vagens, o que pelo menos estanca por ora maiores prejuízos. Outro distúrbio verificado nas áreas mais tardias é a presença da ferrugem asiática, o que força os produtores a realizarem mais aplicações de fungicidas do que o esperado.


Milho
No milho, a colheita prossegue e alcança 78% da área. Este aumento poderia ser maior não fosse o interesse dos produtores em retirar a soja com mais rapidez, em detrimento da colheita do milho. Mesmo assim o atual índice coloca esta safra bem à frente da média em termos de colheita. As produtividades obtidas até aqui têm surpreendido em alguns casos, pois não são raros os que conseguiram produtividades acima dos 10 mil kg/ha, fato que contrabalança com os eventuais casos de lavouras prejudicadas pelo clima, fazendo com que a média estadual se situe, até aqui, ao redor dos 6 mil kg/ha.

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