A Havan não vai instalar sua estrutura em Passo Fundo, caso seja impedida de abrir em algumas datas, como pretende o Sindicato dos Comerciários. A afirmação foi feita pelo diretor de Expansão, Nilton Hang ao Jornal O Nacional. “A cidade em que primeiro aprovarmos todos os projetos e licenças requeridas será onde primeiro iniciaremos as obras. Nossa Gerência de RH continua negociando com o Sindicato dos Comerciários os dias de abertura da loja e sim são condição de abertura. Se não pudermos trabalhar naqueles dias não faremos a loja”, afirma.
As negociações com os comerciários podem inviabilizar a instalação da empresa Havan em Passo Fundo. O posicionamento do Sindicato dos Trabalhadores e do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) é o mesmo: todas as empresas, de pequeno ou grande porte, são bem-vindas na cidade. No entanto, o acordo coletivo estabelecido anualmente prevê os dias em que as empresas não irão trabalhar e que deve ser respeitado pelos comerciantes. O acordo será rediscutido neste mês de abril.
Nilton Hang revelou que os projetos estão em trâmite na Prefeitura onde o Estudo de Impacto na Vizinhança (EIV) já foi aprovado e também o preventivo nos Bombeiros.
Interesse
No começo do mês de fevereiro, a empresa Havan manifestou publicamente o interesse de se instalar em Passo Fundo – que poderia receber a primeira loja da rede no Estado. O local de instalação fica na Petrópolis, ao lado do Stok Center. Porém, uma das propostas apresentadas pela empresa ao Sindicato dos Comerciários prevê fechamento em apenas três feriados durante o ano: ano novo (01/01), Natal (25/12) e dia do trabalhador (01/05). Por um acordo coletivo discutido e estabelecido anualmente, o comércio folga em sete datas: ano novo, sexta e domingo de páscoa, dia do trabalhador, dia do gaúcho, finados e no natal.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Passo Fundo, Tarciel da Silva, explica que não existe rejeição por parte da entidade. “Ao contrário. Nós queremos que ela venha para Passo Fundo. Foi uma polêmica dizendo que o sindicato não quer. É mentira. Nós queremos que venha a Havan e várias outras empresas. O que não pode é querer ditar as regras que já existem na cidade”, explica. Tarciel completa dizendo que as empresas não precisam nem negociar com o sindicato para migrarem para Passo Fundo, apenas seguirem as regras.
O Sindilojas mantém o mesmo posicionamento, pedindo apenas que, como qualquer outra empresa, se adeque ao acordo estabelecido. “Nós, como Sindilojas, quando manifestaram interesse, enviamos a convenção coletiva. A vinda do comércio, indústria é sempre bem-vinda. Isso gera maiores resultados para todos. Economia aumenta, município arrecada, gera um número maior de empregos”, relatou Sueli Marini, presidente do Sindilojas.
Acordo coletivo
Mesmo se encerrando dia 30 de março, o acordo coletivo selado no ano passado segue vigente até que o novo seja aprovado. Sem um prazo final, as conversações podem se estender durante o restante do ano. “Primeiro é feita uma assembleia dos trabalhadores, com uma pauta de reivindicação que é apresentada para os empresários, que é do Sindilojas. Vamos negociando e colocando o que nós e eles queremos e depois votamos. Fazemos uma lei que tem validade para Passo Fundo e região”, relatou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, sobre como é estabelecido o acordo coletivo.
Acordo
Ainda com a pendência em relação aos feriados, o relatório de impacto da construção na vizinhança já está sendo analisado pela Secretária de Desenvolvimento e deve ser finalizado nos próximos dias. Posteriormente, cabe a Secretaria de Obras fazer a análise documental do projeto arquitetônico para depois poder expedir o alvará definitivo de construção. Secretário de Desenvolvimento em Passo Fundo, Carlos Eduardo Lopes acredita que o caminho para um acordo é abrir a possibilidade trabalhar em mais três ou quatro feriados. “Principalmente pela possibilidade de geração de empregos, há uma expectativa muito grande. Esse clamor da sociedade, todo o empenho que o município fez para atraí-los e tudo que estamos fazendo para liberar o alvará da maneira mais rápida possível. Todos os movimentos que estamos fazendo, o poder público, a sociedade como um todo, a gente acredita que isso faça com que ocorra uma maior sensibilização do sindicato dos trabalhadores de que é preciso avançar neste sentido”, finaliza.