Ritmo segue lento na balança comercial

No acumulado do ano, o saldo é de U$ 6,4 milhões, 70% a menos do que o registrado nos três primeiros meses de 2017

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Exportação de carne de frango teve queda de mais de 30% em 2018 na comparação com o ano passadoExportação de carne de frango teve queda de mais de 30% em 2018 na comparação com o ano passado
Exportação de carne de frango teve queda de mais de 30% em 2018 na comparação com o ano passado
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Com queda na exportação de carne de frango, a balança comercial iniciou com ritmo mais lento em 2018. O saldo da balança comercial de Passo Fundo teve queda de mais de 70% nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a março de 2017, o resultado alcançava os U$ 24,3 milhões. Até março deste ano, o superávit é de U$ 6,4 milhões. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.


Somente em março, foram exportados U$ 9,9 milhões e importados U$ 5,3 milhões. O saldo da balança comercial, de aproximadamente U$ 4,5 milhões, é a diferença do valor das exportações menos as importações. Apesar de positivo no último mês, em fevereiro Passo Fundo registrou saldo deficitário de U$ 11,5 milhões. O resultado foi o pior para o período em dez anos. Na comparação sazonal, o número de fevereiro só não foi pior do que em 2008, quando registrou - U$ 21 milhões.


No lado das exportações, a venda de carne de aves teve uma queda de 32% neste ano em relação ao ano passado. O produto representa em torno de 41% de tudo que Passo Fundo comercializa ao exterior. Por outro lado, a soja in natura teve aumento nas exportações, de mais de 240%. Neste ano foi faturado U$ 25,1 milhões. No mesmo período do ano passado, o produto representou U$ 7,2 milhões. Apesar do aumento, a soja in natura possui menor valor agregado no mercado em relação aos produtos industrializados. O grão representa outros 45% do total comercializado por Passo Fundo.

 

Agronegócio brasileiro cresce em exportações
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 9,08 bilhões em março, um crescimento de 4,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior (quando as vendas chegaram a US$ 8,73 bilhões). Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura na segunda-feira (9). Já a importações, por outro lado, registraram valor de US$ 1,29 bilhão, o que representa queda de 6,9% na comparação com março de 2017. Por causa disso, o saldo da balança comercial do último mês (exportações menos importações) foi de US$ 7,79 bilhões. Os produtos do agronegócio representaram 45,2% do total das vendas externas brasileiras no período, com aumento de quase dois pontos percentuais de participação comparado a março do ano passado.


No período de avaliação, as exportações foram puxadas principalmente por produtos de origem vegetal, como é o caso da celulose, com 75,4% de incremento (vendas de US$ 765 milhões), e as carnes, que somaram US$ 592 milhões em vendas, um aumento de 22,1% na comparação com março do ano passado. Também contribuíram para esse crescimento as vendas de produtos como sucos (US$ 107,51 milhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 93,55 milhões); fumo e seus produtos (US$ 78,84 milhões) e fibras e produtos têxteis (US$ 27,97 milhões).


Em termos de valor exportado, o complexo soja (soja em grão, farelo de soja e óleo em soja) representou 44,3% do total de vendas (US$ 4,03 bilhões), enquanto carnes (in natura e industrializada) e produtos florestais (papel, celulose e mandeira) responderam, respectivamente, por 14,8% (US$ 1,34 bilhão) e 13,9% (US$ 1,2 bilhão). O complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool) somou 7% do total em vendas (US$ 636 milhões), seguido do café, com 4,5% (US$ 349 milhões) do montante. Os cinco setores representam 84,4% das exportações totais do agronegócio. O restante inclui itens como fumo, couro, frutas, cereais e farinhas, pescado e lácteos.


Trimestre
No acumulado do primeiro trimestre de 2018, as exportações brasileiras do agronegócio atingiram US$ 21,47 bilhões, cifra que supera em 4,6% o resultado de igual período do ano passado, significando recorde para resultados de janeiro a março. A quantidade embarcada, em termos de volume, subiu 6,7%, mas o índice geral de preço do setor sofreu queda de 1,9%, com destaque para carne de frango (-8,2%), carne suína (-16,9%), carne de peru (-22,2%) e complexo sucroalcooleiro (-25,7%).


As importações recuaram 3,9% no trimestre, caindo de US$ 3,76 bilhões para US$ 3,61 bilhões, desempenho explicado, sobretudo, pela queda de 3,8% no índice de quantidade, enquanto o índice de preço teve ligeiro decréscimo de 0,1%, de acordo com o Departamento de Acesso a Mercados do ministério. Com isso, no trimestre, o superavit comercial do agronegócio subiu de US$ 16,76 bilhões para US$ 17,86 bilhões, constituindo cifra recorde para períodos de janeiro-março.


Em 12 meses
As exportações do agronegócio atingiram US$ 96,96 bilhões nos últimos 12 meses, apurados entre abril de 2017 e março deste ano. O número representa crescimento de 13,5% em relação aos US$ 85,42 bilhões exportados entre abril de 2016 e março de 2017. As importações do agronegócio diminuíram de US$ 14,35 bilhões entre abril de 2016 e março de 2017 para US$ 14,01 bilhões entre abril de 2017 e março de 2018, queda de 2,4%. Com isso, o saldo comercial do agronegócio dos últimos 12 meses foi de US$ 82,96 bilhões, superior aos US$ 71,07 bilhões no período anterior (2016/2017).


Os cinco principais setores exportadores do agronegócio apurados em 12 meses foram: complexo soja (participação de 32,7%); carnes (participação de 15,9%); produtos florestais (participação de 12,8%); complexo sucroalcooleiro (participação de 11,8%); e cereais, farinhas e preparações (participação de 5,8%).

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