A unidade de Passo Fundo da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) será posta a leilão novamente. Após a última tentativa frustrada de venda do imóvel, no segundo semestre do ano passado, a estatal encaminhou um processo à Justiça do Trabalho para que realize o procedimento. A informação foi confirmada pelo presidente da Cesa, Cláudio Cava. Não há uma data prevista para o arremate acontecer, já que o processo tramita na Justiça e falta distribuir os precatórios para cada comarca. “No momento em que chegar a Passo Fundo vai acontecer o leilão”, resumiu o presidente.
Além da unidade de Passo Fundo, outros nove imóveis passarão por leilão judicial. A ideia inicial era vender 13 unidades, mas em apenas três filiais os negócios foram bem sucedidos: Nova Prata, Júlio de Castilhos e Estação. Como a estatal está com dificuldades para vender os demais locais, ficou acordada uma redução de 30% no valor do imóvel para esse leilão, conforme Cava. Na última tentativa, o preço inicial era R$ 22,9 milhões em Passo Fundo. Para essa nova tentativa, o preço mínimo será de R$ 16 milhões.
“O negócio é agora”
Se não houver interessados neste novo edital, o imóvel pode ficar parado por anos, conforme o presidente da Cesa. “Como a companhia está em liquidação, aí demoraria muito mais. Até acontecer novas reuniões, como reunião de conselho, do liquidante, do governo. O negócio é agora”, enfatizou.
A Assembleia Legislativa aprovou, na terça-feira (17), o projeto de lei que permite a extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). O texto foi aprovado com 45 votos favoráveis e quatro contrários. Duas emendas foram apresentadas à proposta, ambas com o mesmo teor, para manter a unidade de Rio Grande sob a administração do Estado. O governo já havia concordado com essa proposta por reconhecer que esta unidade poderá ser uma alternativa para a exportação de arroz - o município é responsável por 70% da produção no país.
Ainda estão pendentes de pagamento pela Cesa mais de 300 ações trabalhistas individuais, na ordem de R$ 40 milhões. Mensalmente, a empresa deposita cerca de R$ 300 mil em Acordos e Condomínios Judiciais.
Tentativas de venda
A unidade encerrou as operações em Passo Fundo há sete anos, em função da localização. A filial ficou em uma área residencial, o que inviabilizou as atividades de armazenamento e secagem de grãos. Em dezembro de 2011 ela foi colocada à venda pela primeira vez. Um edital de leilão saiu, com um valor inicial de mais de R$ 15 milhões, mas nunca houve lance. Na época, um novo edital foi publicado e, novamente, a venda não ocorreu.
Mais tarde, um leilão na modalidade concorrência tipo maior preço, marcado para setembro de 2013 e com um lance mínimo de 19,5 milhões, foi suspenso devido uma ação do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers) que garantiu na Justiça uma liminar impedindo a venda da unidade. Entre as justificativas consideradas pela 19º Vara do Trabalho de Porto Alegre, estavam centenas de processos trabalhistas, reclamatórias na Justiça do Trabalho e, ainda, o cadastro no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas.
Em 2016, o leilão de 50% da área da Cesa de Passo Fundo foi suspenso pela justiça. Conforme informações divulgadas na época, a decisão ocorreu devido a um desentendimento sobre o valor do negócio. A última tentativa de venda ocorreu em setembro do ano passado. Não houve interessados no edital.