Passo Fundo teve o pior saldo de emprego para abril em 14 anos. Na contramão dos 883 postos de trabalho abertos em março, o quarto mês do ano fechou com 696 demissões a mais do que contratações. Com o último índice, o acumulado do ano, que já ultrapassava mil contratações, caiu para 370 vagas com carteira assinada no município. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho.
Um setor em especial contribuiu para a queda no indicador. Os serviços, protagonista em março com a abertura de 692 vagas, fecharam com saldo negativo de 630 postos de emprego. O comércio (-90) e a indústria da transformação (-13) também finalizaram o mês no vermelho. Por outro lado, a construção civil foi o setor que mais criou emprego, com 24 postos. A extrativa mineral (3), agropecuária (9) e administração pública (1) acompanharam com números positivos.
No Rio Grande do Sul, o saldo do mês de abril não foi diferente. Foram fechadas -1.252 vagas, resultado de 92.019 admissões e 93.271 desligamentos. A diferença representou uma queda de -0,05% no número de empregos em relação a março. Apesar disso, quatro dos oito setores econômicos no estado tiveram desempenho positivo. Foram os casos dos setores de serviços, que criou 1.926 vagas, e da indústria de transformação, que abriu 1.576 novos empregos. Quem pressionou negativamente o indicador do emprego no Estado foram os setores da agropecuária (com saldo de -3.264 vagas) e do comércio (- 2,276).
Saldo positivo no país
O Brasil fechou os quatro primeiros meses do ano com um saldo de 336.855 empregos criados. O mês de abril fechou com 115.898 postos de trabalho a mais do que em março. Esse é o melhor resultado para abril desde 2013, quando foram criadas 196.913 vagas. Ao longo de abril foram registradas 1.305.225 admissões e 1.189.237 desligamentos. Na comparação dos últimos 12 meses (ente maio de 2017 e abril de 2018), o saldo na geração de emprego formal (com carteira assinada) também é positivo, com 283.118 postos de trabalho gerados no período, um aumento de 0,75%.
O resultado positivo de abril foi sentido em todos os oito setores econômicos analisados pelo Caged, que tiveram expansão de vagas. O melhor desempenho foi no setor de serviços, que abriu 64.237 empregos, 0,38% a mais do que em março, com destaque para comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos, além de transportes, comunicações e serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação.
O segundo melhor desempenho foi na indústria de transformação, que abriu 24.108 vagas, puxada pela indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria (8.763) e a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico (7.820 postos). Em seguida, vieram a construção Civil (14.394), comércio (9.287), agropecuária (1.591), administração pública (980), indústria extrativa mineral (720) e serviços industriais de utilidade pública (581).
As cinco regiões do país apresentaram saldo na geração de empregos em abril. O Sudeste abriu um total de 78.074 vagas, seguindo pelo Centro-Oeste, com 15.769, Sul, com 13.298, região Nordeste, com 4.447 e Norte, com 4.310. Das 27 unidades da federação, 22 também tiveram aumento de emprego no último mês. O salário médio de admissão dos trabalhadores também subiu. O valor ficou em R$ 1.532,73 em abril, um aumento de 1,22% em relação a março. Houve aumento real de R$ 18,47.
Ano Saldo de abril
2004 173
2005 -39
2006 139
2007 414
2008 499
2009 -73
2010 286
2011 224
2012 136
2013 96
2014 -44
2015 -36
2016 -71
2017 -210
2018 -696
Fonte: Caged
SETORES TOTAL ADMIS. TOTAL DESLIG. SALDO
EXTRATIVA MINERAL 3 0 3
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 236 249 -13
SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA 6 6 0
CONSTRUÇÃO CIVIL 177 153 24
COMÉRCIO 733 823 -90
SERVIÇOS 865 1.495 -630
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 0 1
AGROPECUÁRIA 27 18 9
TOTAL 2.048 2.744 -696