Além da gasolina, o gás de cozinha (GLP) também chegará mais caro para o consumidor nos próximos dias. Em Passo Fundo, o botijão de 13 quilos ainda era encontrado pelo valor antigo na manhã de ontem (5). O reajuste será uma consequência do aumento de 4,4%, da Petrobras, para o produto nas refinarias. A revisão foi anunciada pela estatal na quarta-feira (4) e passou a valer a partir de quinta.
O gerente de uma revendedora de gás, Marlon Costa, informou que o valor seria repassado ao consumidor a partir das novas cargas. No comércio administrado por Costa, a nova remessa estava prevista para hoje (6). De acordo com ele, ainda não havia como precisar de quanto seria a alta. “Quando chegar o caminhão, nós vamos saber. Não tem como dizer que vai aumentar R$ 1 ou R$ 2, porque a distribuidora ainda não avisou qual será o novo valor”, salientou.
O comerciante pratica o botijão a R$ 63 na portaria da revenda e R$ 75 na entrega a domicílio. A notícia de que o gás passaria a custar mais fez o movimento aumentar no estabelecimento de Costa. Em duas horas, ele vendeu quase 20 botijões. “Claro que é início de mês, mas em dias normais vendemos em torno de 10 botijões”, enfatizou. O preço do botijão era encontrado por, em média, R$ 66,24 em Passo Fundo. O levantamento, realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é referente ao dia 27 de junho. Na data, o valor mínimo de comercialização do produto era de R$ 60 e o máximo de R$ 72.
Aumento da Petrobras
Com a revisão, o botijão de 13 quilos, sem tributos, passa a valer R$ 23,10. O Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Rio Grande do Sul (Singasul) informou que não há como prever o impacto desta elevação junto aos revendedores e consumidores. “O mercado é livre e as tabelas podem ser alteradas conforme os custos de cada empresa. Mas o Singasul recomenda que o repasse seja integral na formação da tabela de custos das revendas”, informou, por nota, a entidade.
No acumulado do ano, o GLP residencial comercializado pela Petrobras acumula uma queda de 5,2% em relação a dezembro de 2017. Em nota, a empresa reforçou que as características específicas do mercado de gás de cozinha possibilitaram a adoção de reajustes trimestrais que têm como base as cotações internacionais do produto e as variações no câmbio. “Associado a mecanismo de compensação à Petrobras, a metodologia vem permitindo cumprir um dos objetivos da política atual de reduzir a volatilidade dos preços, preservando a saúde financeira da companhia”, disse.
De acordo com a estatal, a desvalorização do real frente ao dólar, que entre março e junho chegou a 16% e elevações de 22,9% nas cotações internacionais do GLP no mesmo período poderiam ocasionar um reajuste superior ao divulgado nesta semana. “Esse impacto foi diluído pela combinação entre o período de nove meses usado como base para o cálculo do preço, conforme definido na metodologia anunciada em janeiro, além do mecanismo de compensação que permitirá que eventuais diferenças entre os preços praticados ao longo do ano e o preço internacional sejam ajustadas ao longo do ano seguinte, conciliando a redução da volatilidade dos preços com os resultados da Petrobras”, informou a empresa.