Com quase duas décadas de atuação, o Fórum da Economia Solidária luta por um espaço permanente para expor e comercializar seus produtos em Passo Fundo. De acordo com a professora Patrícia Ketzer, coordenadora do projeto, a instalação de um conteiner, na praça central da cidade, seria uma alternativa viável e sustentável para o problema. "É uma demanda antiga e nossa principal dificuldade. Estamos negociando com a prefeitura, mas não há nada definido ainda", afirma.
Além da falta de espaço, o projeto enfrenta dificuldades com o corte de recursos. Tanto o governo federal como estadual mantinham secretarias responsáveis pelos incentivos à economia solidária. Ambas foram extintas. "Não existe mais um olhar voltado para esta proposta", diz a professora.
Patrícia define a Economia Solidária como um conjunto que implica pensar uma nova forma de consumo e de se relacionar com a economia. "Toda vez que se fala em economia, se pensa logo no lucro. A Economia Solidária é uma proposta alternativa. Ao invés de estimular um consumo desenfreado, estimula um consumo sustentável. Olhando para o que pode ser reutilizado, prejudicando menos o meio amiente. Para a produção de alimentos orgânicos", conceitua.
Outra característica do projeto, segundo Patrícia, são as trocas solidárias. "Não é somente pensar em vender o meu produto, mas trocar com outras pessoas. Poder também vender o produto do meu colega. Pensar no fortalecimento dos grupos nesse processo. É uma alternativa para as pessoas que não conseguem um emprego formalizado", avalia.
A produção dentro do conceito de economia solidária está concentrada em três áreas: alimentação saudável, artesanato e arte sustentável. Somente na área do artesanato são duas associações, com vários empreendimentos. Além das agroindústrias, como a Coonalter, responsável pela feira realizada em frente à escola Fagundes dos Reis, na avenida Brasil, onde são comercializados produtos agroecológicos.
Outra iniciativa dentro do modelo é a cooperativa de Passo Fundo, Encontro dos Sabores. Através de uma parceria com o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap), desenvolve um trabalho voltado para valorização e aproveitamento das frutas nativas das regiões norte e nordeste do estado. Entre os produtos oferecidos estão, doces e salgados produzidos a partir de frutas como butiá, amora do mato, pitanga, guabiroba, entre outras.
As reuniões da Economia Solidária, são abertas à comunidade e acontecem mensalmente na Sala Futura, fundos da Secretaria de Cultura de Passo Fundo.