Apesar dos meses de férias entre janeiro e fevereiro em que o movimento na rua diminui e ocorre uma freada do consumo no município, a expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo (CDL) é de um saldo positivo para este ano com crescimento de vendas em torno de 5% nos três primeiros meses, especialmente no período pós carnaval, em março. No ano passado, o aumento significativo de vendas foi na compra de veículos novos, o que deve permanecer em 2019, depois de um período de cinco anos de estagnação no comércio em geral. Com o crescimento ocorrido em 2018, a tendência agora é dar uma equilibrada.
Segundo a presidente da CDL, Carina Sobiesiak a expectativa para os bons resultados se dá em decorrência do período pós eleitoral. Houve um impacto e o consumir ficou mais confiante em investir. “A sociedade voltou a ter uma confiança melhor no mercado e está consumindo mais, tirando o seu dinheiro da poupança, talvez por uma insegurança do futuro, e voltou realmente a consumir, e com isso alavancarem-se as vendas. Isso é muito importante para o crescimento da economia, porque onde a gente segura o dinheiro, ele não circula e se torna uma economia estagnada, o crescimento não aparece e não há resultados”, ressalta.
Outros aspectos que melhoraram as vendas no período foi o recebimento do décimo terceiro salário e a inflação controlada, com taxas e juros baixos. Segundo Carina, isto atrai o consumidor a comprar a prazo e buscar bens de maior valor. E para quem passa pelo centro de Passo Fundo percebe que além das diferentes possibilidades de pagamentos, tem-se promoções e descontos. No início de janeiro o setor de eletrodomésticos realizou a tradicional campanha de liquidação dos mostruários e agora com o fim do período escolar a compra de materiais é outro setor procurado, especialmente pelos pais, além das ofertas do vestuário de verão. Apesar das lojas de rua e comércio tradicional terem sentido a entrada de dois grandes empreendimentos - Passo Fundo Shopping e a megaloja Havan, na qual aumentou a concorrência e dividiu-se os clientes, a época foi a melhor para o fechamento de vendas em todos os setores.
Brasil ganhou 8,1 mil novos varejistas
O comércio varejista fechou 2018 com 8,1 mil novas lojas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), esse é o saldo entre o número de estabelecimentos que fecharam e que abriram as portas.O resultado positivo vem depois de três anos com saldo negativo (mais empresas fechando as portas do que abrindo). Entre 2015 e 2017, o setor perdeu 223 mil estabelecimentos.Para este ano, são esperadas novas 23,3 mil lojas, com crescimento de 5,8% nas vendas do setor.
Em 2018, o segmento com melhor desempenho na abertura de lojas foi o de hiper e supermercados, que ganhou 4.510 novos estabelecimentos, seguido pelo de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1.747) e pelas drogarias, farmácias e lojas de cosméticos (1.439).Os únicos segmentos com saldo negativo foram móveis e eletrodomésticos (-176) e material de construção (-926). Regionalmente, em 15 das 27 unidades da Federação foram registradas mais aberturas do que fechamentos, destacando-se de forma positiva os estados de São Paulo (3.883), Santa Catarina (1.706) e Minas Gerais (940).Para o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, contribuíram para o saldo positivo a inflação abaixo da meta, a redução dos juros ao consumidor, a reação do mercado de trabalho e a disponibilização de recursos como os saques nas contas do PIS/Pasep.
Na passagem de outubro para novembro de 2018, seis das oito atividades varejistas pesquisadas tiveram alta na passagem, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,9%), móveis e eletrodomésticos (5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,8%), que foram beneficiados por promoções anunciadas em novembro.Também tiveram alta os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,7%), tecidos, vestuário e calçados (1,7%) e combustíveis e lubrificantes (0,1%).Por outro lado, dois setores tiveram queda no volume de vendas: livros, jornais, revistas e papelaria (-1,9%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,2%).
Outlet
Está previsto para o mês de abril, um grande outlet de empresas e lojistas só de Passo Fundo. Em breve, a Câmara de Dirigentes Lojista deve divulgar a campanha, que promete muitos descontos e promoções para a comunidade.