O anuncio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, de aumentar de 10% para 11% a obrigatoriedade de mistura do biodiesel ao óleo diesel fóssil, a partir de setembro, trará impacto positivo na produção das duas unidades da BSBIOS - Passo Fundo e Marialva (PR). “Devemos aumentar nosso faturamento em R$ 900 milhões em 2020 com o investimento que estamos fazendo”, disse ontem o presidente da empresa, Erasmo Battistella. A BSBIOS já vinha se preparando para o aumento de percentual de biodiesel, tanto que para o segundo semestre deste ano está prevista a ampliação na capacidade de produção de biodiesel, conforme anúncio feito no ano passado. Haverá um acréscimo de 43% em sua capacidade produtiva, passando de 288 milhões de litros de biodiesel/ano para 414milhões.
Conforme a resolução, as Distribuidoras de Combustível podem misturar até o máximo de 15% no óleo diesel. Para Battistela, o aumento da adição de biodiesel ao diesel derivado de petróleo é uma medida acertada e que merece aplausos, pois estimula a produção de biocombustível limpo e eficiente em maior volume, gerando emprego e renda no campo, e reduzindo a emissão de poluentes nas cidades, melhorando a saúde dos cidadãos.
Segundo Battistela "Com a entrada em vigor da mistura B11 e a perspectiva de chegarmos ao B15 em 2023, o Brasil não só renova sua confiança na nossa indústria, como reafirma sua posição de referência internacional em biocombustíveis e em fontes alternativas de energia".
Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de biodisel, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A produção brasileira de biodisel em 2018 ultrapassou 5,3 bilhões de litros. Com o B11, a Associação de Produtores de Biodiesel do Brasil - APROBIO prevê que em 2019, a produção nacional deve ultrapassar a marca recorde de 6 bilhões de litros.
A previsão inicial era de que a regulação entrasse em vigor ainda no mês de junho, mas alterações foram feitas a pedido de montadoras de veículos. A nova regulamentação foi publicada em 1° de agosto. O cronograma aprovado pelo CNPE no final de 2018 estabelece o aumento de 1% ao ano no teor de biodiesel adicionado ao diesel fóssil até 2023. Com isso, a previsão é alcançar o B15 até março do mesmo ano.
Ampliação da indústria
Em novembro do ano passado, a BSBIOS anunciou investimento de R$ 72 milhões para ampliação da capacidade de processamento de soja e de gordura animal e, consequentemente, na capacidade de produção de biodiesel. Foi o quinto aumento na capacidade de produção do biocombustível, e o terceiro no volume de processamento de grãos em Passo Fundo. A empresa está investindo R$ 47 milhões nas ampliações e R$ 25 milhões em capital de giro. O aumento visa acompanhar o mercado crescente de biodiesel tendo em vista o aumento de 10% para 15% na mistura. Além de ampliar a capacidade de produção, a planta de processamento de grãos também recebe incremento dos atuais 1.080 mil toneladas de esmagamento de soja por ano para 1.280 mil toneladas de soja por ano. Outro objetivo da BSBIOS com ampliação é permanecer entre as três principais produtoras de biodiesel do Brasil.
Novidade
Uma novidade do anúncio é a construção da planta de Desodorização de Gordura. Isso permitirá o processamento de matéria-prima proveniente de gordura animal e possibilitará a expansão de 20% para 40% no uso desse insumo. Essa matéria-prima, que muitas vezes era descartada, passou a ser um material de valor agregado com a produção de biodiesel.
O cronograma de obras está sendo cumprido até o momento. A esmagadora já teve a obra concluída e as fábricas de Biodiesel e de Desodorização de Gordura iniciam agora no segundo semestre.