A Câmara dos Dirigentes Logistas de Passo Fundo (CDL) estima uma queda de até 70% no volume de vendas no varejo local para o Dia das Mães. A queda histórica no índice de comercialização de produtos de confecção, utensílios domésticos, eletrônicos, eletrodomésticos, beleza e perfumaria é reflexo das incertezas econômicas provocadas pela pandemia de coronavírus.
Segundo o diretor da CDL, Sérgio Giacomini, a baixa também se explica pelo modelo transitório de operação do comércio gaúcho, determinado pelo governo estadual na última semana. Com a proximidade da segunda data anual mais rentável para os empresários do setor, que envolve grande movimentação comercial, o documento permite apenas a possibilidade de compras via drive thru, take away (pague e leve) e delivery para evitar aglomeração de pessoas e consequente contágio comunitário do vírus. “O consumidor local não utiliza muito esse sistema e as lojas não estão estruturadas para isso”, disse Giacomini. “Elas gostam de ir às lojas”, observou.
Com os estabelecimentos fechados há cerca de um mês, o diretor pondera que “existe a preocupação com a perda de empresas” no município. Desde o início das medidas para evitar a propagação do vírus, cerca de 20 comerciantes de pequeno porte já fecharam as portas, em Passo Fundo.
Tendência nacional
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que, em comparação com o ano passado, a crise sanitária e econômica vai gerar um encolhimento de 59,2% no faturamento real do setor no período que antecede o Dia das Mães.
De acordo com a CNC, o ramo de vestuário e calçados é o que apresenta a maior expectativa de encolhimento durante o Dia das Mães, com queda de 74,6%, seguido pelas lojas especializadas na venda de móveis e eletrodomésticos, com perda de 66,8%, e pelo segmento de artigos de informática e comunicação, com retração de 62,5%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, a projeção de queda para o Dia das Mães por causa da pandemia ficou acima das perdas estimadas para a Páscoa (-31,6%).