O sistema de bandeiras imposto para a região de Passo Fundo e o cenário de pandemia impactaram diretamente no índice de vendas do comércio local para o Dia dos Pais. A queda no volume de comercialização de bens e produtos para a data registrou uma variação negativa de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
O levantamento de perda elaborado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo (Sindilojas), na segunda-feira (10), porém, foi 10% menor que o previsto pela Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) às vésperas das comemorações familiares em homenagem às figuras paternas. Na quinta-feira (5), a CDL havia projetado uma diminuição de até 50% nas receitas dos comerciantes locais durante o Dia dos Pais. “Todos os empresários nunca passaram por tamanha dificuldade porque são dois pontos fortes que essa pandemia atinge, que é a saúde e o setor econômico. A recuperação do espaço econômico será muito longa e bastante lenta. O que você deixou de vender, não terá mais como recuperar”, afirmou a presidente do Sindilojas, Sueli Marini.
Ela, que há 36 anos mantém uma loja de confecção voltada à moda feminina e masculina, sentiu os reflexos do abre e fecha do comércio local para evitar o aumento na curva de contágio pelo coronavírus com a formação de pontos de aglomeração. “Desde o início da pandemia estamos com grandes dificuldades pela não abertura”, disse. Com a flexibilização nas regras e horários para a abertura dos estabelecimentos comerciais autorizada pelo Governo Estadual, na última semana, os setores calçadista e de confecção foram os menos atingidos nas vendas, conforme apontou Sueli. Camiseta, tricô e jeans foram os itens mais buscados pelos passo-fundenses para presentear os pais, no domingo (9), seguido por itens de tecnologia e artigos espotivos.
Negociação
Com a nebulosidade no comportamento da pandemia da Covid-19, a nível local, a presidente do Sindilojas afirma que ainda não é possível prever se a tendência de queda deve se manter para as próximas datas comemorativas do calendário anual. “Para o Dia das Crianças talvez ainda haja um comprometimento. Se o pico começar a declinar, teremos uma maior abertura do comércio, mas ainda há um temor pela vida”, avaliou.
Mesmo reivindicando a abertura gradual dos estabelecimentos varejistas, a entidade de classe, de acordo com Sueli, leva aos comerciantes a preocupação com as medidas sanitárias exigidas para proteção individual. “Sentimos muito a necessidade de um facilitador de crédito para os pequenos empresários e a dificuldade da venda online. Precisamos de uma consistência na tomada de decisão. Que tenhamos uma definição de horário menor, mas constante porque quanto mais tivermos responsabilidade, mais liberdade vamos conquistar”, reiterou.