Passo Fundo apresenta primeiro saldo positivo na geração de emprego desde o início da pandemia

Município fechou o mês de agosto com 141 novos postos de emprego, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

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(Foto: Gerson Lopes/ON)(Foto: Gerson Lopes/ON)
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Depois de cinco meses registrando um número de demissões superior ao de contratações, Passo Fundo encerrou o mês de agosto com saldo positivo na geração de empregos. De acordo com dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), foram abertos 141 novos postos de emprego no município durante o último mês. O indicador mede a diferença entre contratações (1.774) e demissões (1.633). Essa é a primeira vez que Passo Fundo apresenta resultado positivo desde que a situação de pandemia teve início.

O levantamento aponta que a maior parte dos trabalhadores admitidos foram homens, com idade entre 18 a 24 anos e ensino médio completo. Na divisão por ramos de atividade, o setor de Indústria foi o principal responsável por impulsionar a geração de emprego durante o mês de agosto, com saldo de 87 novas contratações, seguido pelo Comércio, que admitiu 72 novos trabalhadores. O setor de Serviços, por outro lado, apresentou o pior índice entre os ramos. Foram 558 contratações em agosto, contra 615 admissões, resultando em um saldo de -57 vagas.

Um dos resultados da melhora nos indicadores, de acordo com o coordenador da agência local do FGTAS/Sine, Sérgio Ferrari, é a redução de cerca de 30% nos pedidos de seguro-desemprego nos últimos meses. Ele cita o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, instituído pelo governo federal, como um dos fatores que ajudaram a reduzir o número de desempregados. Em Passo Fundo, as medidas permitiram que mais de 2,2 mil empregadores fizessem a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou suspendessem de forma temporária o contrato de seus trabalhadores. Foram 11,5 mil trabalhadores afetados pelo programa.


Acumulado negativo na avaliação anual

Para Ferrari, os dados do Caged provam que o “furacão da pandemia” está começando a se dissipar e a economia voltando a reagir. “A cidade está andando de novo. O saldo positivo mostra um reflexo bom. Em setembro, tivemos uma média de 130 vagas disponíveis aqui na agência. Desde vagas para pessoal sem qualificação, até para aquelas com mais experiência. A situação está começando a se tranquilizar e novas vagas vão surgindo”. Ele atribui a geração de novos postos de emprego à chegada de empresas de grande porte ao município. “Elas sabem que Passo Fundo é um polo”, opina.

No acumulado do ano, no entanto, o coordenador da agência FGTAS/Sine salienta que o saldo permanece negativo. Passo Fundo registrou, nos oito primeiro meses de 2020, 1.513 desligamentos a mais do que contratações. Hoje, são pouco mais de 56,6 mil trabalhadores com carteira assinada no município. Antes da pandemia, eram 58 mil. “Ainda deve levar um tempo para recuperar todas as demissões que foram causadas pela pandemia, mas estamos no caminho”, observa Ferrari.

A redução no número de empregos é ilustrada no compilado de mês a mês do Caged. Enquanto em fevereiro deste ano o saldo de vagas no município ficou em 827, em março caiu para -82 e, no mês de abril, despencou para -1.848. Com a redução gradual das medidas de distanciamento social, o levantamento mostra que em maio o mercado começou a apresentar lentos sinais de recuperação e o saldo negativo reduziu para -642 vagas, seguido de -123 em junho e -58 em julho, até chegar ao saldo positivo de agosto.


Brasil atinge segundo mês consecutivo com saldo positivo

Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, no Brasil, mais de 249 mil postos de trabalho com carteira assinada foram abertos no último mês.  Esse foi o melhor resultado para meses de agosto desde 2011, quando haviam sido abertas 190.446 vagas formais. No acumulado do ano, no entanto, o mercado de trabalho continua sentindo o impacto da pandemia. De janeiro a agosto, foram fechadas 849.387 vagas, o pior resultado para os oito primeiros meses do ano desde o início da série histórica, em 2010.

A estatística foi liderada pelo setor da indústria, com a abertura de 92.893 postos. O indicador inclui a indústria de transformação, de extração e de outros tipos. Com 50.489 novos postos, a construção vem em segundo lugar. Em seguida, vem o grupo comércio, reparação de serviços automotores e de motocicletas, com 49.408 novas vagas. Em quarto lugar, está o setor de serviços, com 45.412 postos. O grupo que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, abriu 11.213 postos em agosto. Em contrapartida, o setor de alojamento e alimentação continua a sentir os efeitos do isolamento social e fechou 14.219 vagas. O segmento de educação demitiu 7.601 trabalhadores a mais do que contratou.

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