A pandemia também afeta o mercado cervejeiro. Mas, respire tranquilamente: não vai faltar cerveja nesse final de ano. No atípico 2020, também acontecem mudanças em relação às bebidas. A escassez ocorre diretamente com o produto vendido em latas, mas não atinge a produção do milenar fermentado de cereais. A cervejinha tem íntima ligação com as festas de fim de ano, quando ocorre o pico das vendas. Tem cerveja! Faltam latas e garrafinhas descartáveis, as conhecidas long neck. Ora, mais uma vez, a solução vem do passado: as garrafas retornáveis. Sim, velhas conhecidas, as garrafas de 600 ml, litrão ou litrinho, um pouco esquecidas, estão de volta. Quer garantir a cervejinha para a sua festa? Então pegue as garrafas empoeiradas, que estão pelos cantos dos galpões e garagens, vá às compras e garanta a sua.
Falta cerveja em lata
“Não vai faltar cerveja para o fim de ano”, diz enfático Marco Zandoná, diretor da Disfonte, distribuidora regional da AmBev. É claro que a pandemia também afetou o setor e provocou alterações no quadro de vendas. O problema é com a cerveja em lata. “A cadeia produtiva de alumínio foi afetada e, agora, já falta matéria prima para produzir, entre outros produtos, as latinhas para envasar cervejas”. Na distribuidora, a partir de outubro, o volume disponível teve redução drástica, segundo Marco. “A cerveja em lata representava em torno de 60% do nosso estoque. Hoje não chega a 30% e logo não teremos mais”. O impacto será grande para o Natal e Ano Novo, pois é nessa época que, pela praticidade, as latinhas atingem a liderança das venda anuais. Se não tem ‘breja’ em lata, a turma vai se virar com as long necks? “Não. Também vai faltar, pois não há vidro, papelão, plástico e outros insumos para fabricação dessas garrafas descartáveis”, complementa Zandoná.
Solução consagrada
Então, qual o caminho para quem não abre mão de uma loira com colarinho? Ora, a velha e boa garrafa retornável. Sim, a embalagem consagrada pelos apreciadores e velhos biriteiros. Ou seja, a crise das latinhas dá uma mão ao bom gosto, pois, em termos de conservação e paladar, a cerveja em garrafa sempre esteve no andar de cima. Por modismo ou comodidade, perdeu espaço. “A retornável representava 20% do mercado, no auge da pandemia caiu para 15% e agora já passada de 40%, pois o consumidor já está indo às compras com o vasilhame. “É a hora de catar o vasilhame retornável”, dá a dica Marco. E esse é o caminho. A partir de agora é necessário utilizar embalagens retornáveis. No Brasil, especialmente em nossa região, existem três modelos mais conhecidos. A velha garrafa de cerveja de 600 ml, o litrão que chegou ao mercado em 2008 e o litrinho, como é conhecida a meia garrafa de 300 ml. Vai e volta. E na medida certa.
No colarinho do chope
Com 33 anos de atuação no mercado, Marco explica que a indústria diminuiu o preço da cerveja em embalagem retornável em agosto, “já se antecipando ao problema previsto com as embalagens descartáveis”. Na mesma época, foi repassada uma margem do aumento do alumínio para as latinhas. Nesse cruzamento de preços, a lata sai de cena e a garrafa ganha vitrine. Zandoná lembra que a empresa não tem venda direta ao consumidor, pois distribui cerveja para 3,3 mil pontos de vendas. E o chope, tão apreciado nas festas de fim de ano? Esse tem venda direta através de franquia nacional (Brahma Express). “Chope também não deve faltar, mas é necessário reservar, pois o que pode terminar são as chopeiras”, explica.
É mais barata
A Disfonte detém em torno de 70% da distribuição de cervejas em Passo Fundo, mas também representa a AmBev em 105 municípios. “Uma população de 950 mil habitantes”, diz Zandoná. E haja cerveja para tanta gente. Tanto que a empresa conta com uma área de 30 mil metros quadrados e 6.500 em área construída para abrigar todas as marcas da AmBev. Da fusão da Antárctica com a Brahma e mais as marcas internacionais da AB InBev, hoje já são 50 rótulos de cerveja. Mas, afinal, sem latinhas e long neck o consumidor será prejudicado? Não. Ao contrário. Segundo Marco Zandoná “a cerveja em garrafas retornáveis fica entre 20 e 28% mais barata”. Mesmo na pandemia, Papai Noel continua bonzinho!