Caminhoneiros descartam paralisação da categoria na região

Mesmo com nova alta dos combustíveis, líder regional afirma que momento não é para manifestação

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Novo aumento deve encarecer em R$ 0,10 o litro de combustível para os motoristas (Foto: Arquivo/Agência Brasil)Novo aumento deve encarecer em R$ 0,10 o litro de combustível para os motoristas (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Novo aumento deve encarecer em R$ 0,10 o litro de combustível para os motoristas (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
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Diferente do que aconteceu em maio de 2018, quando a greve dos caminhoneiros interrompeu a circulação de mercadorias no país durante 10 dias e sacudiu o governo Temer, a nova paralisação da categoria prevista para a segunda-feira (1°) não deve mobilizar os trabalhadores regionais de forma massiva, segundo indicou um dos líderes locais do setor, Flávio Lunelli. 

Morador de Mato Castelhano, o motorista afirmou, na manhã de quinta-feira (28), ao jornal O Nacional que o cenário epidemiológico do coronavírus não é favorável para que os caminhoneiros voltem a bloquear as vias, como forma de protesto. “No momento, não é oportuno fazer greve. Se o pessoal quiser parar, será orientado a parar e, voluntariamente, ficar em casa. Tudo de forma pacífica”, justificou. 

Mesmo com um novo reajuste de 4,4% no valor do diesel nas refinarias, anunciado na quarta-feira (26), pela Petrobras, o representante da categoria confia em uma solução vinda do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Ele [Bolsonaro] não está deixando os caminhoneiros sem atenção porque sabe qual é o potencial da categoria. Os caminhoneiros não pararam durante a pandemia, eles tocaram o Brasil”, destacou. Uma possível adesão integral à greve, como pontuou Lunelli, significa suspender o transporte rodoviário de mercadorias, alimentos e insumos feito por mais de 50 mil profissionais, apenas na região Norte do Rio Grande do Sul, que se dedicam a rodar os estados brasileiros dentro da boleia de um caminhão. 

Bolsonaro apela aos caminhoneiros

Com respaldo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), uma das principais entidades da categoria no país, o movimento para uma nova paralisação dos caminhoneiros começou a ganhar força nos últimos dias com o segundo reajuste do ano no preço dos combustíveis fósseis, que deve encarecer R$ 0,10 o litro nas bombas para os motoristas. 

Na quarta-feira (27), quando os novos valores passaram a vigorar nos postos de abastecimento, o presidente Bolsonaro apelou aos caminhoneiros para para que não façam greve. "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve porque todos nós vamos perder, todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil, estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste", disse, após reunião no Ministério da Economia. “A Petrobras segue uma planilha, tem a ver com preço do petróleo lá fora, tem a ver com variação do dólar. Ontem foi boa notícia, o dólar baixou R$ 0,20. Estamos estudando medidas, agora, não tenho como dar uma resposta de como diminuir impacto, que, na verdade, foram nove centavos no preço do diesel”, prosseguiu, ressaltando que não interfere na política de preços da empresa.

Contatado pela reportagem do O Nacional, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS) afirmou não ter nenhuma orientação em relação à greve, por ser um movimento autônomo.


ERRATA: A Greve dos Caminhoneiros, de 2018, aconteceu durante o Governo Temer e não da ex-presidenta Dilma Rousseff, como escrito inicialmente nesta matéria.

*Notícia atualizada às 11h11min para correção de informação.

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