Custo da cesta Básica em Passo Fundo aumentou 26,06% nos últimos 12 meses

A maior variação foi no mês de março de 2020, com uma alta de 4,22%

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 Óleo e cebola registraram as maiores altas (Foto: Simona Sergi/Unsplash) Óleo e cebola registraram as maiores altas (Foto: Simona Sergi/Unsplash)
Óleo e cebola registraram as maiores altas (Foto: Simona Sergi/Unsplash)
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O custo da cesta básica de Passo Fundo teve alta de 26,06% nos últimos 12 meses. O custo passou de R$ 896,07 em janeiro de 2020 para R$ 1.129,59 em janeiro de 2021, ou seja, uma alta de R$ 233,52. A maior variação foi no mês de março de 2020, com uma alta de 4,22%. A cesta em questão é composta apenas por produtos do grupo alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica. Os dados são do Centro de Pesquisa e Extensão da Universidade de Passo Fundo (Cepeac/UPF).

“Na prática, isso significa que os preços aumentaram em torno de 26%. Comparando com a renda, com o salário mínimo, os preços aumentaram em torno de 5,5%, ou seja, para comprar a mesma quantidade de produtos que compravam há doze meses, as pessoas precisam gastar mais ou com o mesmo dinheiro que tinham há 12 meses, comprando quantidade menor de produtos. Esse efeito aparece, principalmente, nas pessoas que têm sua principal fonte de renda associada ao salário mínimo, que tem reajuste anual”, explicou o professor da UPF, o economista Dr. Julcemar Zilli. Os motivos que levaram a essas elevações dos preços, principalmente, os dos produtos alimentícios, está ligado diretamente ao cenário da pandemia.

Óleo e cebola registraram maiores altas

O subgrupo da alimentação teve uma alta entre os meses de janeiro de 2020 a janeiro de 2021 de 27,30%, passando de R$795,35 para R$1.012,45, ou seja, uma alta de R$ 217,07. Entre os alimentos que tiveram as maiores altas nos últimos meses estão o óleo (84,43%), a cebola (81,01%), o feijão (63,77%), o arroz (62,76%) e a batata-inglesa (53,25%).

Em relação ao custo dos produtos de higiene pessoal neste mesmo período, ocorreu uma baixa de R$ 3,63, passando de R$ 53,65 para R$ 50,02, uma queda de 6,77%, sendo a lâmina de barbear (-70,47%) e o sabonete (-2,12%), os que apresentaram maior queda.

Já o subgrupo limpeza doméstica apresentou uma alta nos preços de 42,60% entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, passando de R$ 47,07 para R$ 67,12, uma diferença de R$ 20,05. Os produtos que mais apresentaram alta foram o sabão em barra/pó (73,03%) e o detergente (10,14%).

No último mês, a alta foi de 1,89%

O custo dos produtos apresentou uma alta de 1,89% no mês de janeiro de 2021, quando comparado com os preços médios praticados no mês de dezembro de 2020, em Passo Fundo. No mês de dezembro, foram necessários R$ 1.108,61 para a aquisição da cesta, ao passo que em janeiro o custo foi de R$ 1.129,59, o que representa uma alta de R$ 20,98 por cesta. Ocorreu uma diminuição no poder de compra da população de um período para outro.

 Dos produtos pesquisados, entre os dez itens que obtiveram maior alta de preços, oito são pertencentes ao grupo da alimentação e dois ao grupo da higiene pessoal. Os produtos que acumularam maiores altas de preços no mês foram: shampoo, iogurte, e absorvente com preços majorados em 35,18%, 31,60% e 28,88%, respectivamente. Ao passo que os produtos de maior queda foram: lâmina de barbear, mamão e maçã com preços reduzidos em 37,57%, 30,72% e 10,10%, respectivamente.

Preços devem continuar em elevação nos próximos meses

As perspectivas para os próximos meses ainda são de elevação dos preços. “Ainda estamos em um momento de consumo represado. As pessoas não estão consumindo tudo que consumiam anteriormente, pelo motivo da pandemia, do isolamento e da redução da renda”, garante Zilli.

Mesmo que a pandemia diminua, os efeitos ainda devem continuar. “Quando a pandemia diminuir e a renda da população voltar, com as pessoas se inserindo no mercado de trabalho novamente, elas vão sair às compras. Isso vai gerar falta de produtos e, consequentemente, elevação de preço. Inclusive, já se fala de elevação da taxa de juros básica da economia, a Selic, para conter essa possível elevação dos preços dos produtos e, automaticamente, a elevação da inflação no Brasil”, comenta o professor da UPF.

 

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