O ano de 2021 começou com a popularização de uma nova rede social. Lançado em abril do ano passado, e prometendo contectar os usuários às “referências do ecossistema empreendedor”, o Clubhouse já conta com mais de seis milhões de cadastrados em todo o mundo. A rede social, foi criada por Paul Davison (ex-Pinterest) e Rohan Seth (ex-Google), e trata-se de uma plataforma de áudio que permite conectar várias pessoas em um grupo. Ele possibilita que uma pessoa crie uma sala de bate-papo e faça a interação com os outros usuários.
A nova rede começou a conquistar milhões de usuários depois que Elon Musk, CEO da Tesla, entrou em uma sala para falar sobre Marte, COVID-19, vacinação e conversar com Vlad Tenev, CEO da Robinhood, reunindo milhares de pessoas. Outra personalidade do mundo dos negócios que também ajudou a popularizar a plataforma foi Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que participou de alguns bate-papos. A rede também passou a ser usada por atores, apresentadores e ativistas como Oprah Winfrey, Ashton Kutcher e Chris Rock.
No Brasil, segundo a Infomoney, apenas entre os dias 1 e 9 de fevereiro deste ano, as buscas pelo aplicativo saltaram 4.900%, em comparação a todo o mês de janeiro, e o número de usuários já está próximo de um milhão de pessoas.
Especialista em marketing de performance e gestor de tráfego, Maikon Mello, é um dos usuários deste aplicativo, e destaca que essa nova rede social chegou com uma proposta bastante interessante, principalmente para o mundo dos negócios. Maikon enfatiza que essa proximidade com as referências do mercado motivou ele a estar presente na novidade. Ele explica que, muitas vezes, um treinamento, ou uma mentoria, com uma referência no mercado custa um preço muito alto, e com este aplicativo, o usuário consegue interagir sem precisar pagar um valor fora da realidade para a maioria das pessoas. “Há treinamentos, por exemplo, com o Pedro Sobral, que é uma referência na questão de gestão de tráfego nas redes sociais, que podem chegar ao preço de R$ 80 mil reais. Eu jamais conseguiria ter uma facilidade para interagir com ele, mas o Clubhouse pode me proporcionar isso”, explicou.
Apesar de estar presente em outras redes sociais, muitas referências no mercado não mantém uma interação mais próximas com seus seguidores, e o Clubhouse supre esta demanda. “Eu, por exemplo, sempre tive vontade de ouvir o Flávio Augusto da Silva, que é fundador da Wise Up, mas é muito difícil interagir com ele pelas outras redes sociais. O Clubhouse propicia isso, pois eu entro em uma sala onde ele está, ouço, acompanho os debates, posso fazer perguntas, e ele vai responder, pois a sala tem o objetivo de trocar informações”, explicou.
O sucesso do Clubhouse
Maikon comenta que o Clubhouse é uma ferramentatotalmente distinta das outras, e isso está chamando a atenção de milhares de usuários. Diferente do Instagran onde o foco é o feed de fotos e stories, e do Facebook, onde a informação é mais diversificada, como um “topo de funil”, o Clubhouse é 100% áudio. Esta é uma mídia que tem uma demanda de mercado gigantesca, pois há um consumo muito grande de podcast, ou de bate-papos no formato de programas de rádio, onde o usuário consome uma informação específica enquanto está dirigindo, ou fazendo uma outra atividade qualquer.
Apesar da funcionalidade que atende a demanda atual, para Maikon, o Clubhouse teve uma grande sacada, que foi saber se lançar no mercado. Ele explica que foram utilizados dois “gatilhos mentais” (escassez e senso de pertencimento) na estratégia de divulgação. “Quando foi lançado, o usuário precisaria de algumas condições para se cadastrar. Inicialmente era necessário receber um convite, e em segundo lugar, o usuário precisava ter um iPhone, pois o aplicativo só funciona pelo sistema IOS”, explicou. Segundo Maikon, essas estratégias são bastante utilizadas nas vendas de produtos e comprovadamente eficientes. Assim que foi lançado, os maiores especialistas em marketing digital fizeram uma movimentação dentro do mercado para divulgar este aplicativo, e isso gerou um “boom”, na sociedade, principalmente no Instagran e Youtube, onde as pessoas começaram a falar muito sobre este produto. “Houve um aquecimento do mercado e eu me interessei em participar e estar presente nesta rede social”, explicou.
Maikon acredita que as pessoas que utilizam aparelhos com sistema Android deverão ter acesso ao aplicativo em breve. “Como a maioria das pessoas utiliza aparelhos com o sistema Android no celular, o Clubhouse começou a incentivar que elas fizessem um cadastro, para que quando fosse aberta para este sistema, já teriam a sua conta para acessar”, explicou.
Outro ponto importante do Clubhouse é a chamada “retenção”. Assim como o TikTok, essa ferramenta faz com que as pessoas fiquem um longo tempo dentro dela, diferente de redes sociais como Intagran e o Facebook, onde o tempo em que o usuário permanece é bastante curto.
Após entrar no aplicativo, o usuário vai definir quais são os assuntos que lhe interessam. Inicialmente ele entra em uma sala como ouvinte. Caso queira falar, basta solicitar para o moderador autorizar. O usuário também possibilita que qualquer pessoa crie a sua própria sala de bate papo para conversar com seus amigos. Os áudios não podem ser gravados nem salvos.