Depois de ter registrado o pior saldo de emprego do ano durante o mês de abril, quando foram encerrados 1,4 mil postos de trabalho no município, o mês de maio foi de índice positivo em Passo Fundo. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nessa quinta-feira (1º), o município apresentou sinais de recuperação econômica e fechou o último mês com 182 novas vagas de emprego. O saldo positivo é resultado de 2.342 admissões no período analisado, contra 2.160 desligamentos.
O indicador também é positivo no saldo acumulado em todo o ano, com 1.776 novas vagas registradas em 2021. Para o coordenador da agência local do FGTAS/Sine, Sérgio Ferrari, as flutuações nos índices podem ser explicadas com base no avanço do coronavírus e os mecanismos de enfrentamento à pandemia. Nos meses mais críticos, quando os casos disparam e o município adota medidas mais restritivas nos setores econômicos, o reflexo é uma alta no número de demissões. “Nossos grandes empregadores são o comércio e os serviços. Então, quando tivemos medidas mais duras, com o recente fechamento por praticamente 30 dias de diversos setores, quem já estava desestabilizado, demitiu. Mas quando acontece uma reabertura, como agora, os saldos melhoram. Com o aumento do movimento, o empregador precisa contratar mais pessoas, principalmente, por sermos uma cidade polo, onde mesmo pessoas de outras cidades vêm até aqui em busca de comércio, saúde, educação e serviços”, explica.
Além disso, Ferrari também ressalta a importância de medidas do governo federal para a manutenção de empregos, como a suspensão de contratos e a redução de jornadas de trabalho, ações relançadas no final de abril. “A primeira vez que o governo anunciou esse benefício, mais de duas mil empresas e 11 mil trabalhadores aderiram em Passo Fundo. Isso ajuda a reduzir o número de demissões. Então são diversos fatores. Quanto mais tivermos vacina, medidas e uma abertura gradativa e responsável dos setores, maior será nosso número de empregados”, avalia.
Comércio e indústria impulsionam as contratações
A observação do coordenador do FGTAS/Sine sobre o comércio ser um dos maiores empregadores do município pode ser confirmada nos números computados no último mês. De acordo com o banco de dados do Novo Caged, o setor lidera o saldo de geração de empregos, com 74 vagas positivas, o que significa que o comércio realizou 915 contratações no período, contra 841 desligamentos. Quem aparece em seguida é a indústria, que admitiu 370 trabalhadores e demitiu outros 305, resultando na abertura de 65 novas vagas. O setor de construção, em terceiro lugar, admitiu 176 novos empregados e efetuou 140 desligamentos, culminando em um saldo positivo de 36 postos de trabalho. Já o setor de serviços, embora tenha feito o segundo maior número de contratações no município (872), também teve o maior índice de desligamentos (861) e, por isso, aparece em quarto lugar no saldo por grupamento de atividade econômica, tendo gerado apenas 11 vagas novas no último mês. O único setor a apresentar resultado negativo é o da agropecuária, que encerrou quatro postos de emprego.
Brasil cria 280 mil postos de trabalho em maio
O número de trabalhadores contratados com carteira assinada em maio deste ano também foi maior que o total de demitidos do mercado formal de trabalho a nível nacional. Segundo o Ministério da Economia, houve, no período, 1.548.715 admissões e 1.268.049 desligamentos. Com o saldo mensal de 280.666 postos de trabalho durante o mês de maio, o estoque nacional de empregos formais (total de vínculos celetistas ativos) chegou a 40.596.340, com uma variação positiva de 0,7% em comparação aos 40.315.674 registrados em abril, após o ajuste divulgado nessa quinta-feira (1º).
Entre os setores de atividade econômica que registraram melhores resultados quanto ao nível de emprego estão o de serviços (110.956 postos de trabalho abertos principalmente em atividades ligadas às áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas); comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (60.480 postos), indústria geral (44.146 postos); agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (42.526 postos) e construção (22.611 postos).