Índice de inadimplência apresenta redução de 3% no mês de junho

De acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), percentual de pessoas negativadas caiu de 33,27% para 30,28% em Passo Fundo

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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Um novo levantamento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aponta que o índice de inadimplência caiu cerca de 3% em Passo Fundo durante o mês de junho. De acordo com os dados, enquanto em maio o percentual de pessoas negativadas era de 33,27%, no último mês, o indicador passou para 30,28%. A queda representa um total de aproximadamente cinco mil pessoas que acertaram as contas e saíram da inadimplência.

O diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, Valter Ceolin, destaca ainda que a redução também acontece no comparativo com o mês de junho do ano passado, quando o índice de inadimplência estava no patamar de 31,85%, o equivalente a quase duas mil pessoas a mais que no mesmo período deste ano. Ainda conforme o banco de dados do SCPC, em 2019, ano anterior à pandemia, o índice girava em torno de 25% a 27% no município. “Em função da pandemia, aumentou muito o número de desempregados em um período em vínhamos de um consumo bem aquecido. Então, quando as pessoas pararam de ter renda, muitas se endividaram. Agora estamos percebendo uma redução gradual: na comparação anual, são menos dois mil endividados. Ainda não alcançamos um cenário de normalidade, e isso era esperado, porque a crise é sempre mais rápida que o retorno, mas essa recuperação gradual já nos deixa bem otimistas de que os consumidores voltarão a consumir, mesmo que seja dentro de um novo patamar e de forma mais consciente”, analisa.

Ainda conforme Ceolin, a queda no índice de inadimplência no município é resultado de uma soma de fatores, que passam pelo avanço da vacinação e a retomada gradual da economia, especialmente a nível local. “Com o aumento no número de vacinados, as pessoas começam a ter uma vida mais próxima do normal. Nós estamos vendo a volta dos serviços, a retomada nos empregos e o auxílio emergencial também ajuda. Outra questão, principalmente na nossa região, é que tivemos uma excelente safra do agronegócio, que ampliou a cadeia econômica e injetou muito dinheiro no município. Isso possibilita que as pessoas cumpram mais seus compromissos financeiros”, ressalta.


Jovens são o principal grupo a sair da inadimplência

A pesquisa do SCPC, realizada no último mês, também aponta que os jovens foram os que mais acertaram as pendências financeiras e saíram da inadimplência. Para o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas, a explicação pode estar nos hábitos de consumo bastante distintos entre as faixas-etárias e a facilidade dos jovens em reingressar no mercado de trabalho. “Os mais jovens, que estão entrando agora no mercado de consumo, têm menos compromissos, por isso é mais fácil administrar as finanças. Eles também têm muita facilidade em arrumar um novo emprego, quando perdem um”, avalia.

O cenário é diferente entre as faixas intermediárias, ainda segundo o diretor, já que pessoas com mais de 35 anos tendem a ter mais compromissos para gerenciar, como filhos, carros e moradias, além de enfrentarem maiores obstáculos na hora de conseguir um novo emprego. “É mais difícil para essas pessoas encontrarem uma nova vaga depois dos 35 anos, principalmente por terem um perfil de qualificação e um padrão de renda mais elevados”.

Mesmo com as dificuldades encaradas pelas faixas intermediárias, o levantamento do SCPC mostra que quem mais sofre para quitar as dívidas são as pessoas acima dos 55 anos. Na avaliação da CDL, a facilidade em conseguir empréstimos e a falta de controle da vida financeira são os principais motivos para a inadimplência entre as pessoas mais velhas. “Muitas vezes, elas fazem empréstimos consignados até para os filhos e os netos e eles acabam não pagando, fazendo que os idosos entrem na inadimplência”, observa Ceolin.

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