Setor de serviços continua alavancando a geração de empregos em Passo Fundo

Levantamento mostra que, durante o mês de setembro, o município abriu 562 novos postos de trabalho; destes, 283 foram gerados pelo ramo de serviços

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Neste ano, cerca de 3,6 mil novas vagas de trabalho foram abertas no município até o momento (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Neste ano, cerca de 3,6 mil novas vagas de trabalho foram abertas no município até o momento (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Neste ano, cerca de 3,6 mil novas vagas de trabalho foram abertas no município até o momento (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Depois de um ano e meio de incertezas provocadas pela pandemia, o cenário econômico de Passo Fundo vem expressando um consistente ritmo de recuperação. Conforme apontam os dados mais recentes do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), o município apresentou saldo positivo na geração de empregos pelo quinto mês consecutivo, com 562 novos postos de trabalho criados em setembro. O setor de serviços, que nos últimos meses já vinha liderando a abertura de novas vagas de emprego, foi mais uma vez o principal responsável por impulsionar a inserção de trabalhadores no mercado formal.

De acordo com o levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência, durante o mês de setembro, Passo Fundo contratou 2.828 pessoas, número superior às 2.266 demissões acumuladas no mês, o que explica o resultado positivo de 562 vagas. Somente no setor de serviços, foram 1.098 trabalhadores admitidos com carteira assinada, contra 815 desligamentos no mesmo período, resultando em um saldo positivo de 283 vagas.

O comércio, que no mês anterior chegou a demitir mais pessoas do que contratou, em setembro também parece ter vivido um cenário otimista, ampliando o saldo de vagas para um índice positivo de 191 novos postos de trabalho no ramo — fruto de 1.016 admissões e 825 desligamentos durante o período. Indústria e Construção também mantiveram indicador positivo na geração de empregos, criando, respectivamente, 70 e 21 postos de trabalho. O ramo agropecuário, por outro lado, apresentou queda e foi o único a registrar saldo negativo no município no mês de setembro, com o encerramento de três vagas.

 

Acumulado do ano

O painel de informações do Novo Caged mostra que, ao longo do ano, cerca de 3,6 mil novas vagas de trabalho foram geradas no município. A maior parte delas foi absorvida pelo setor de serviços, que abriu mais de duas mil novas vagas de emprego até o momento, ocupando de forma isolada o primeiro lugar no ranking por grupamento de atividade econômica. O comércio, que aparece em segundo lugar, não chega a acumular 700.

Coordenador da agência local do FGTAS/Sine, Sérgio Ferrari explica que o setor de serviços vem se consolidando há anos como grande contratante em Passo Fundo. E, embora tenha sido um dos mais impactados pela pandemia, também tem sido um dos mais rápidos a se restabelecer. “Assim como ele é o nosso principal contratante, ele é também o grande vilão quando temos índices muito negativos. Em abril, no momento mais crítico da pandemia, o município encerrou mais de mil postos de trabalho. Grande parte era em serviços. Agora, por outro lado, os números mostram que o setor está em uma ótima recuperação, acompanhando a liberação das atividades econômicas”, analisa.

Hoje, mais de 64 mil pessoas trabalham com carteira assinada no município. De acordo com Ferrari, no começo da pandemia, eram 58 mil. “Nós somos um polo, a principal cidade da região. Uma referência para quase 2 milhões de pessoas. Então, a partir do momento que as coisas começam a melhor, é natural que Passo Fundo passe a se recuperar economicamente. Mesmo em 2020, em que estava tudo tão incerto, nós conseguimos fechar o ano com saldo positivo. Em 2021 não deve ser diferente”, projeta.

 

Vagas devem crescer ainda mais no próximo mês

Com os últimos meses do ano batendo à porta, começam a surgir também novas oportunidades de emprego. As contratações temporárias, comuns no tradicional período de festividades de final de ano, devem ajudar a ampliar ainda mais o número de contratações, especialmente no setor de comércio e serviços. “Elas são uma porta de entrada. Aqueles que se mostram competentes para a vaga, muitas vezes, têm a oportunidade de serem efetivados”, ressalta Ferrari. Ele também destaca bares e restaurantes como estabelecimentos com grande potencial de contratação com as novas flexibilizações autorizadas pelo governo estadual.

 

Brasil gera 313,9 mil empregos formais em setembro

Os dados do Ministério do Trabalho e Previdência mostram que o Brasil gerou 313.902 postos de trabalho em setembro deste ano, resultado de 1.780.161 admissões e de 1.466.259 desligamentos de empregos com carteira assinada. No acumulado de 2021, o saldo positivo é de 2.512.937 novos trabalhadores no mercado formal. Já o estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, chegou a 41.875.905 em setembro, o que representa uma variação de 0,76% em relação ao mês anterior.

O saldo de empregos foi positivo nos cinco grupamentos de atividades econômicas: serviços, com a criação de 143.418 postos, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; indústria geral, que criou 76.169 novos empregos, concentrados na indústria da transformação; comércio, saldo positivo de 60.809 postos; construção, mais 24.513 postos de trabalho gerados; e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura construção, que registrou 9.084 novos trabalhadores.

De acordo com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, o país está mantendo a tendência dos últimos três meses de mais de 300 mil empregos novos por mês, o que é uma “demonstração clara da recuperação formal da economia”. Para ele, a campanha de vacinação contra covid-19 tem sido fundamental nessa retomada das atividades econômicas, mas ainda é preciso avançar em programas de qualificação e recolocação profissional.

 


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