Os empreendimentos de médio e alto padrão impulsionaram as vendas na construção civil, em Passo Fundo, ao longo deste ano que marcou uma retomada econômica para o setor durante a pandemia.
No último trimestre monitorado pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Passo Fundo e Região (Sinduscon), entre os meses de agosto, setembro e outubro, 143 unidades tiveram os contratos fechados gerando R$ 101 milhões em valor de venda. As cifras, contudo, ficaram abaixo do movimentado nos meses iniciais de 2021 que ultrapassaram R$ 200 milhões.
Essa oscilação, explicou o vice-presidente incorporador do Sinduscon, Cristiano Basso, pode ser atribuída ao “alto nível de lançamentos no primeiro trimestre” no município. “A gente já vinha com estoque de apartamentos prontos de anos anteriores”, pontuou. “O que acarretou essa diferença é o custo de construção com a alta em insumos básicos, principalmente aço, alumínio e concreto”, mencionou Basso.
Perfil
Com 820 apartamentos em 54 empreendimentos, o saldo no estoque geral gerou R$ 555 milhões no valor de comercialização, de acordo com o Panorama do Mercado Imobiliário de Passo Fundo. Desse total, especifica a pesquisa, 38% corresponde aos lançamentos, 19% já finalizados e 42% ainda em fase de construção.
A crise sanitária provocada pelo coronavírus também mudou as preferências dos investidores, conforme observou Basso, que optam, agora, por imóveis mais amplos. “Em virtude do perfil do público pós-Covid, são espaços maiores para a família com 3 suítes ou dois dormitórios”, detalhou o vice-presidente incorporador do Sinduscon.
No município, a construção civil também foi o 4º setor a abrir mais postos de emprego. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o setor possui um estoque formal de 3.882 vínculos empregatícios na cidade. Estou bastante otimista. Logicamente, vamos ter um pouquinho de incerteza no cenário político, onde você pode prever uma positividade maior ou retração", avaliou Basso sobre o próximo ano marcado pelas eleições presidenciais. “Dificilmente um investidor ou um comprador vai perder dinheiro no imóvel. É uma rentabilidade bem segura”, justificou.
Financiamento popular
Com um predomínio de compra dos imóveis por pessoas das classes A e B, o financiamento popular durante este ano não foi tão expressivo, como citou Basso. Em setembro, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou algumas mudanças nas regras de financiamento imobiliário do programa Casa Verde e Amarela, apresentado pelo Governo Federal como substituto do Minha Casa, Minha Vida.
Apresentadas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), as propostas aprovadas elevaram os limites dos valores dos imóveis financiados com recursos do fundo, estabeleceram as taxas de juros cobradas das famílias que ganham até R$ 2 mil mensais e alteraram o cálculo do subsídio disponibilizado às famílias de baixa renda.