No segundo Natal celebrado durante a pandemia da Covid-19, o Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo (Sindilojas) projeta um crescimento de 14% nas vendas para presentear na data natalina. Ainda assim, o aumento real na comercialização dos produtos deverá oscilar de 2% a 3% em relação ao ano passado.
A inflação, a alta do dólar e a antecipação do 13º salário estão entre os principais fatores que contribuem para que o consumidor esteja mais cauteloso na hora de gastar com as compras de final de ano, segundo mencionou a presidente do Sindilojas, Sueli Morandi Marini. “Os consumidores não terão mais esse valor, a menos que seja uma família com uma estrutura financeira ou que guardou o dinheiro para utilizar em uma data de grande expectativa. Por outro lado, temos o Governo do Estado que não nunca tinha pago em dia o 13º como neste ano. Não parece, mas tudo isso faz diferença no consumo”, observou.
O cenário “não tão otimista” quanto os comerciantes imaginavam com o avanço da vacinação e a redução nos casos de coronavírus no município, mencionado por Sueli, também envolve a detecção da nova cepa, Ômicron. Com isso, a mudança no comportamento e nas preferências dos passo-fundenses também se modificou de um ano ao outro, comenta a presidente do Sindilojas.
Em busca de bens duráveis, inclusive para as crianças que devem receber roupas e não mais brinquedos, por exemplo, os consumidores locais buscam uma relação sustentável com o próprio dinheiro. “Na primeira dezena de dezembro, vimos muitas pessoas andando pelo comércio para verificar onde tem o produto que elas precisam e só depois finalizar a compra. Outra realidade que percebemos é que não vamos ter mais Natal ou Ano Novo, mas, sim, final de ano porque a Black Friday já está servindo para o consumidor antecipar as compras daquilo que ele precisa”, considerou Sueli.
Semana do Natal
Sem considerar os produtos do gênero alimentício para a mesa de final de ano, o vestuário se destaca na preferência para aquisição em Passo Fundo. Ainda assim, a presidente do Sindilojas adverte sobre as compras de última hora para a data. Isso porque, ressalta Sueli, o comércio não estará aberto no sábado de Natal, conforme a convenção coletiva assinada pelos proprietários e a entidade patronal que prevê o fechamento das lojas em quatro datas específicas, entre elas o Natal e Ano Novo. “Poderá haver expediente no domingo, com horário de domingo, com uma folga em janeiro ou fevereiro. Então, o empresário precisa ter esse cuidado”, destacou.
A rescisão contratual forçada durante a pandemia também fez com que as vagas temporárias tivessem um aumento neste final de ano no município, afirmou Sueli. “Muitos poderão ter um período mais longo já que os empregadores precisam dar férias aos seus profissionais já fixos. É uma oportunidade para que este colaborador”, ponderou a presidente do Sindilojas. “Os exames laborais mostram essa ampliação de 60% nas vagas. Foram poucos meses em que tivemos queda na contratação em relação às demissões”, sinalizou Sueli.