Vendas de Natal crescem cerca de 10% no município

Calçados e confecções ficaram entre os produtos mais procurados pelos consumidores

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Crescimento superou as expectativas iniciais da Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo (Foto: LC Schneider/ON)Crescimento superou as expectativas iniciais da Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo (Foto: LC Schneider/ON)
Crescimento superou as expectativas iniciais da Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo (Foto: LC Schneider/ON)
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A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo estima que as vendas de Natal deste ano tenham alcançado um aumento nominal de cerca de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento chegou a surpreender os lojistas e superar a expectativa inicial da entidade, que esperava um acréscimo de 5% no volume das vendas natalinas, o que equivaleria a uma alta de cerca de R$ 35 milhões em comparação com 2020, em números absolutos, somente no município.

De acordo com o presidente da CDL, Sérgio Giacomini, a estimativa de crescimento na casa dos 10% ainda se trata de uma pesquisa prévia com parte dos lojistas, mas deverá ser confirmada nos próximos dias a partir do levantamento completo da entidade. Ele ressalta ainda que o incremento nas vendas é referente a valores nominais, ou seja, que não estão ajustados pela inflação. Caso fosse considerado o valor real, aquele que é ajustado com base nas mudanças da inflação e transparece o atual poder aquisitivo de uma quantia, o crescimento nas vendas representaria uma porcentagem menor, visto que os preços dos produtos e os custos das empresas, por exemplo, não são exatamente os mesmos do ano passado.

O resultado é similar ao projetado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo (Sindilojas), que esperava um crescimento de 14% nominal nas vendas de Natal. Já o aumento real, que considera as variações apresentadas pela inflação, era aguardado em uma oscilação entre 3% a 3,5% em relação ao ano passado, de acordo com a presidente da entidade, Sueli Marini. “Nós ainda não temos o dado exato, porque está muito recente, mas com base em conversas estamos observando que pelo menos metade dos empresários alcançou esse índice de crescimento. Por outro lado, temos ainda um percentual de 25% que teve venda igual ou semelhante ao ano passado, enquanto outros até tiveram queda. Tudo depende do segmento em que esse empreendimento atua e do salário da classe social que ele atende”, pontua.


Produtos mais vendidos

Confecções e calçados, conforme as duas entidades, foram os produtos mais procurados pelos consumidores neste ano, seja para presentar alguém ou para atualizar o próprio guarda-roupa. “É o setor que se sobressaiu, com toda a certeza. Para eles, o crescimento chegou a até 30%, com base no relatado pelos associados que consultamos”, comenta o presidente da CDL.

O comportamento é entendido pela responsável pelo Sindilojas como uma preferência do público por bens mais duráveis, priorizando roupas e não brinquedos até mesmo na hora de presentear as crianças. “A sociedade como um todo está com um comportamento um pouco diferenciado. Hoje, aquela família que tem uma estrutura financeira equilibrada avalia muito bem com os seus pares onde investir o seu salário”, observa.

Com crescimento menos significativo, também aparecem entre os produtos procurados pelos consumidores no período natalino os brinquedos, os cosméticos, itens de perfumaria, eletrônicos e eletrodomésticos. O ticket médio, segundo o Sindilojas, girou entre R$ 150 e R$ 170. O sindicato também observa que a maior parte das vendas, especialmente aquelas em valores mais elevados, foi efetuada através de extensos parcelamentos no cartão de crédito.


Retomada cautelosa

Para Giacomini, o crescimento no movimento do comércio passo-fundense pode ser atribuído a uma demanda que estava reprimida em razão da pandemia, tanto porque os consumidores demoraram a sentir confiança para gastar o seu dinheiro em um momento de crise econômica, quanto porque até os primeiros meses do ano eles ainda se sentiam inseguros para circular pelas lojas. “Com a vacinação e a redução muito forte de casos de Covid-19, esses problemas foram menos sentidos agora no fim do ano”, avalia.

Apesar de o cenário apontar para uma retomada econômica, na percepção de Sueli, o crescimento ainda está sendo freado devido aos altos índices de inflação, à elevação nos juros e à escalada no número de casos de coronavírus em outros países, principalmente, com a descoberta de uma nova variante. “O Governo do Estado pagou, após muitos anos, o 13º salário em dia e isso faz bastante diferença no consumo. Mas, em contrapartida, para o aposentado o décimo foi pago há meses, o que faz com que ele deixe de injetar no comércio essa parcela que era tradicionalmente reservada para as compras de fim de ano”.


Ano Novo

Para o ano Ano Novo, a expectativa é de que os consumidores continuem buscando preços especiais no segmento de vestuário, a fim de garantir peças para a virada do ano. O momento também é propício para que os empresários ampliem suas vendas a novos públicos, já que muitas pessoas buscam as lojas nos últimos dias do ano para efetuar a troca de presentes recebidos no Natal, de acordo com Sueli. “O empresário que se preparou bem, saberá aproveitar a oportunidade para agregar uma venda a mais a esse consumidor que já está dentro da sua loja”.

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