Ter saúde financeira significa organizar o orçamento, gastar somente aquilo que ganha e ainda sobrar uma graninha. E ao contrário do que muitos pensam, não precisa ser nenhum “expert” em economia para fazer um planejamento. Vale até anotar no caderninho. O importante é ter controle sobre os seus ganhos e gastos periodicamente.
Importância de planejar e cuidar das finanças
O brasileiro não tem muito o costume de planejar a vida financeira. “Atuamos no curto prazo, somos voltados ao curto prazo e, por esse motivo, nossas decisões não são organizadas de forma a identificar e antecipar gastos que já são previsíveis”, observa a economista e professora da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dra. Cleide Moretto, diretora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac).
E para fazer um planejamento, não é preciso ter conhecimento aprofundado sobre economia ou finanças. “Pode ser em um rascunho com lápis ou papel ou em um programa que faz o planejamento de modo automatizado, com a inserção de valores nos campos previstos. Os ingressos de renda e as saídas, ou seja, os gastos podem ser registrados e previstos, o que permite modificar a atitude em relação ao consumo e ao endividamento. Esse mapa de gastos possibilita fazer um diagnóstico sobre o os limites da renda e mesmo como utilizar e empregar recursos que foram poupados”, explica Cleide.
Não gastar mais do que ganha
Para manter as finanças em dia, a dica da economista é consumir apenas o que o rendimento disponível permite. Caso esse limite seja flexibilizado, é preciso pensar em formas de ampliar o nível de renda no curto e no médio prazos. “É preciso estar atento às armadilhas do crédito fácil, pois as consequências, normalmente, são bastante nocivas para as famílias. Temos visto muitas famílias utilizando o crédito consignado de familiares para dar conta de gastos sem lastro de renda, o que tem diminuído a renda disponível do próprio beneficiário”, analisa a economista.
Equilíbrio é a palavra-chave. “Equilibrar as finanças pessoais exige controle e limite, sobretudo para aqueles que possuem um nível de confiança elevado em relação à capacidade de pagamento. A própria pandemia pegou todos nós de surpresa e aqueles que não possuíam reserva tiveram significativa perda de bem-estar”, salienta Cleide.
7 dicas de como planejar a vida financeira em 2022
1 - Controlar todas as entradas de rendimento e todos os gastos, periodicamente.
2 - Conhecer os limites da renda e as possibilidades de obtenção de rendimento extra.
3 - Estabelecer uma hierarquia nas necessidades, ou seja, avaliar o que deve ser consumido imediatamente e o que pode ser adiado.
4 - Não utilizar renda artificial ou inexistente para os gastos previstos, pois o custo dos financiamentos e o posterior endividamento são elevados.
5 - Se o endividamento foi inevitável, estudar formas de renegociação e diminuição de custos do financiamento.
6 – Estar atento às armadilhas do “crédito fácil”. A não exigência de garantias encarece o financiamento e o custo de utilizar rendimento não existente é muito elevado.
7 - Avaliar possibilidades de substituição de dívidas, com renegociações.