As vendas de apartamentos por construtoras de Passo Fundo movimentaram, pelo menos, R$ 381 milhões no município entre os meses de fevereiro e dezembro de 2021. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Passo Fundo (Sinduscon), com a participação de aproximadamente 75% das empresas de construção civil instaladas na cidade, foram vendidos neste período 564 imóveis residenciais verticais, em caráter de lançamento, em obra ou em estoque.
O presidente da entidade, Leonardo Gehlen, explica que o levantamento começou a ser realizado no segundo mês do ano passado — quando o sindicato adquiriu um sistema de monitoramento de dados — e, por isso, não engloba as movimentações de janeiro. “Se considerássemos todos os 12 meses do ano, provavelmente, fecharíamos um acumulado em vendas de apartamento de R$ 410 a R$ 415 milhões. Além disso, a pesquisa não conta com a participação de cem por cento das empresas do mercado imobiliário de Passo Fundo. Pegando os dados de todas elas, teríamos números ainda maiores”, esclarece. O levantamento exclui também vendas realizadas por terceiros, como, por exemplo, quando o proprietário de uma residência decide revender o próprio imóvel.
Ainda conforme o levantamento, a maior parcela de imóveis vendidos pelas empresas consultadas no período analisado corresponde a apartamentos de dois dormitórios, com a venda de 329 deles. Em seguida, aparecem apartamentos de três dormitórios (119 vendas), de um dormitório (62), studios (46) e, por último, imóveis de quatro dormitórios (8). Destes, 276 eram considerados lançamentos, 106 eram apartamentos em obras e outros 182 estavam no estoque das construtoras. A pesquisa aponta também que, somente no terceiro trimestre do ano, foram vendidas 157 unidades, o equivalente a R$ 99 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV).
Setor projeta crescimento de 5% em 2022
Para o presidente do Sinduscon, Leonardo Gehlen, os números destacam a construção civil como um dos setores mas pujantes de toda a região e destacam ainda mais o patamar de polo de Passo Fundo dentro dessa área. “O município engloba uma região de 1,5 mil habitantes e essas cidades menores dos arredores acabam tendo um fluxo de investimento em imóveis muito focado em Passo Fundo. As pessoas não compram no mercado imobiliário local, elas escolhem investir em Passo Fundo, por ser também um polo educacional, médico e de serviços, que traz renda a quem investe”, exalta.
O crescimento dos números da construção civil, ainda segundo Gehlen, vem acontecendo de maneira sólida e constante desde o ano de 2018, quando a região passou por um forte crescimento no setor, superando anos de grande retração observados entre 2015 e 2017. “Depois disso, a construção começou a acelerar e 2020 foi um ano que, mesmo com a pandemia, nos surpreendeu muito. Tivemos números fortes que continuaram em 2021, como mostra a pesquisa”, analisa. Um ritmo que deve continuar acelerando ainda mais neste ano, conforme a Sinduscon, com base na projeção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, que espera uma alta de 5% no setor em 2022.
