Passo Fundo mantém saldo positivo na geração de empregos em abril

Contratações com vínculo celetista apresentaram desaceleração, mas número de admissões permaneceu superior ao de desligamentos, com a abertura de 88 novos postos de trabalho no período

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Município registrou 3.158 admissões e 3.070 desligamentos no quarto mês do ano. (Foto: Agência Brasília)Município registrou 3.158 admissões e 3.070 desligamentos no quarto mês do ano. (Foto: Agência Brasília)
Município registrou 3.158 admissões e 3.070 desligamentos no quarto mês do ano. (Foto: Agência Brasília)
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Passo Fundo manteve saldo positivo na geração de empregos pelo quarto mês consecutivo neste ano, ainda que em ritmo inferior ao observado nos três primeiros meses de 2022. Os novos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em abril, o município criou 88 novos postos de trabalho, com 3.158 admissões e 3.070 desligamentos registrados no período. O balanço foi divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência nessa segunda-feira (6), depois de mais de uma semana de atraso, devido a problemas técnicos enfrentados pela pasta.

Apesar do índice positivo, a queda no desempenho do mercado de trabalho durante o mês de abril é perceptível quando o saldo é comparado aos índices dos meses anteriores. De acordo com o levantamento — que foi revisado pelo Caged e, por isso, teve dados alterados na base do sistema —, Passo Fundo registrou a abertura de 737 postos de trabalho em janeiro, 1.011 em fevereiro e 792 em março, acumulando um saldo de 2.540 vagas geradas somente no primeiro trimestre do ano.

Por outro lado, em comparação com os meses de abril de 2020 e 2021, a economia apresentou resultados consideravelmente superiores no mesmo período deste ano. Conforme mostram os balanços computados pela plataforma, nos anos anteriores, quando Passo Fundo ainda enfrentava um cenário crítico em relação à pandemia e seguia regras mais rígidas de distanciamento controlado nos setores de atividade econômica, o município fechou 1.674 postos de trabalho em abril de 2021 e 1.974 no mesmo mês de 2020, bem abaixo das 88 novas vagas geradas em abril de 2022.


Setor de serviços encerrou 38 vagas

O levantamento divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência mostra que a área de serviços foi a principal responsável pela desaceleração observada em abril. O setor, que até então vinha impulsionando a geração de empregos no município, fechou o mês com saldo negativo de 38 vagas, fruto de 1.526 desligamentos e 1.488 admissões. O setor agropecuário também mostrou desempenho negativo, encerrando uma vaga no período. A indústria, o comércio e a construção civil, ao contrário, ajudaram a manter o saldo geral positivo em Passo Fundo. Esses setores geraram, respectivamente, 74, 40 e 13 novas vagas de emprego em abril.


Cenário positivo no país

O saldo de geração de empregos também permaneceu positivo no panorama nacional. Em abril, segundo dados do Novo Caged, o Brasil criou 196.966 novos empregos formais. O número é resultante de um total de 1.854.557 admissões e de 1.657.591 desligamentos. 

De acordo com o Novo Caged, no acumulado de 2022, o saldo está em 770.593 empregos, número que decorre de um total de 7.715.322 admissões e de 6.944.729 desligamentos. Este saldo é 3,6% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. 

Segundo o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcolmo, esse saldo negativo “é testemunho de maior base; de um maior estoque de empregos, portanto é natural que o percentual de crescimento diminua ao longo do tempo”, disse ao comentar que, no cenário de 2022, “não há expectativa de que se gere o mesmo número de empregos do ano passado”, quando foram gerados mais de 2 milhões de empregos.


Grupamentos

Em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas foram registrados saldos positivos em abril, com destaque para o setor de serviços, que gerou 117.007 postos, distribuído principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.

O comércio gerou 29.261 novos postos, enquanto a indústria teve saldo de 26.378 postos concentrados principalmente na indústria de transformação (saldo de 22.520 postos). O setor de construção apresentou saldo de 25.341 postos. O setor da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura diminuiu o número de empregos formais, com o número de desligamentos (96.842) ficando maior do que o de admissões (95.820). O saldo, portanto, ficou negativo, com 1.021 empregos a menos.


Trabalho Intermitente

O Novo Caged detalha também a situação do trabalho intermitente no país, modelo adotado desde a reforma trabalhista implementada pelo governo Michel Temer. Neste tipo de contrato de trabalho, a prestação de serviço não é contínua e pode ocorrer alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade.

Segundo o Caged, em abril essa modalidade registrou 23.142 admissões e 15.486 desligamentos, gerando saldo de 7.656 empregos em 5.406 estabelecimentos contratantes. Os setores que mais contrataram trabalho intermitente foram os de serviços (5.778 postos); construção civil (888 postos); indústria geral (600); e comércio (471). O de agropecuária apresentou saldo negativo (-81 postos).


Regime Parcial

A modalidade parcial de contrato possibilita duração que não exceda as 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, de duração que não exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

Nesta modalidade, o saldo ficou em 4.738 novos postos, resultado de 20.863 admissões e 16.125 desligamentos, em 9.635 estabelecimentos contratantes. O setor de serviços foi o que apresentou maior saldo, com 2.502 novos postos, seguido do comércio (1.516 postos), da indústria geral (539 postos), construção civil (141 postos) e agropecuária (40 postos).

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