Cesta básica de Passo Fundo aumenta 13,45% nos primeiros seis meses do ano

Já em 12 meses, os consumidores precisaram desembolsar R$ 25 a mais para cada R$ 100 gastos na cesta básica

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Os consumidores têm sentido, nos últimos meses, um aumento nos preços dos produtos a cada ida ao supermercado. O levantamento divulgado mensalmente pelo Centro de Pesquisa e Extensão da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo (Cepeac/UPF) mostra que, de janeiro a junho deste ano, os produtos que compõem a cesta básica sofreram um aumento de 13,45%, em Passo Fundo.

De acordo com a pesquisa, a alta nos preços nos primeiros seis meses de 2022 foi de R$ 183,94. No mês de junho foram necessários R$ 1.484,64 para aquisição da cesta básica. O valor é 13,45% maior do que no mês de janeiro, em que o custo era de R$ 1.300,70 e 25,61% maior do que o mês de junho do ano passado, em que a cesta básica custou R$ R$ 1.181,91.

Em comparação ao mês de maio, os produtos pertencentes ao grupo da alimentação que mais tiveram alta em junho foram leite, frango e ovos, com aumento de 44,39%, 10,02% e 8,23%, respectivamente. Já os que sofreram maior queda foram tomate, carne bovina e feijão, com uma redução de 24,12%, 7,95% e 7,45%, respectivamente.

Com a alta, consumidores perdem poder de compra

Com a elevação nos preços, quem sofre os prejuízos são os consumidores, que perdem poder de compra, conforme explica o professor da UPF, Dr. Julcemar Zilli. “Nos períodos em que os níveis de preços sobem significativamente, o dinheiro perde valor e as pessoas precisam de mais recursos para comprar a mesma quantidade de bens e serviços em comparação com outros períodos. Na prática, as pessoas terão menor capacidade de comprar e vão gastar mais do que gastavam em outros períodos, principalmente, quem possui a renda atrelada ao salário mínimo”, afirma o professor.

Para ele, a elevação nos preços está associada, primeiramente, ao aumento da demanda por bens e serviços devido às restrições impostas pela pandemia. “Durante a pandemia, muitos produtos e serviços tiveram sua demanda reprimida e, com a redução das limitações impostas pelo distanciamento social as pessoas voltaram a procurar os produtos, aumentando os preços”, afirma ele, ao destacar que, na sequência, iniciou o conflito entre Ucrânia e Rússia, o que elevou os preços das principais commodities mundiais e as altas foram repassadas para os preços ao consumidor. “Esses dois efeitos são os principais motivos da alta da inflação mundial e da região ter apresentado alta no valor da cesta básica”, observa.

Perspectiva para os próximos meses é de redução nos preços

Segundo o professor Zilli, para o segundo semestre do ano, a tendência é de redução nos preços dos itens da cesta básica. “Os Bancos Centrais dos principais países estão elevando as taxas de juros para desestimular o consumo e pressionar os preços para baixo. No Brasil, a alta fez com que a Selic chegasse a 13,25%a.a. Assim, a tendência é que até o final do ano de 2022 tenhamos uma redução nos preços e o valor da cesta básica deverá seguir este comportamento”, ressalta o professor.

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