A nova edição do Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul, divulgada nessa terça-feira (19), mostra que Passo Fundo ficou em quarto lugar entre os municípios gaúchos com maior crescimento na geração de empregos formais, em números absolutos, no último ano. Conforme a pesquisa, produzida pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), entre os meses de maio de 2021 e maio de 2022, o município abriu 5,2 mil novos postos de trabalho. Já em termos de estoque de empregos formais — dado que considera o total de vínculos celetistas ativos —, o levantamento aponta que Passo Fundo ocupa o quinto lugar no Estado, com 64 mil trabalhadores com carteira assinada, segundo os dados de maio deste ano, disponíveis no painel do Novo Caged.
O município fica atrás apenas de Porto Alegre, Caxias do Sul e Novo Hamburgo no ranking que considera o crescimento absoluto do emprego formal. No período analisado, Porto Alegre e Caxias do Sul, que são os mercados de trabalho mais populosos do Estado, geraram 19,2 mil e 7,4 mil novas vagas de emprego, respectivamente. Os índices garantiram aos municípios as duas primeiras posições do balanço, assim como na distribuição do estoque de empregos. Novo Hamburgo (mais 6,9 mil) foi o terceiro colocado, embora seja o quarto maior mercado; Canoas, terceiro maior contingente de empregados formais, aparece depois de Passo Fundo, tendo gerado o quinto maior saldo nos 12 meses analisados (mais 4,3 mil).
Gramado foi o município que mostrou maior discrepância entre seu desempenho na geração de vínculos formais nos últimos 12 meses (sexto lugar, com mais 3,5 mil) e sua posição no ordenamento por magnitude dos estoques (24ª), o que, segundo o parecer elaborado pelas equipes da DEE/SPGG, “expressa o dinamismo com que se posicionou na retomada das atividades de comércio e serviços”. Os municípios de Santa Maria e Pelotas geraram números muito próximos, entre si, de empregos (mais 3 mil), mas o primeiro superou o segundo por pequena diferença e, com isso, ficou em sétimo lugar nos dois rankings. Pelotas, sexto maior contingente de empregados formais, produziu, em decorrência, o oitavo maior saldo.
Número de empregos formais cresce 5,5% no Estado
A edição de julho do Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul, publicada ontem (19), mostra também a evolução a nível estadual dos principais indicadores do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o documento, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último ano, foi possível observar, por exemplo, o aumento da taxa de participação na força de trabalho, do nível de ocupação e da taxa de informalidade, e queda da taxa de desemprego, da taxa composta de subutilização da força de trabalho e do rendimento médio real habitual dos ocupados no primeiro trimestre de 2022.
Em relação aos empregos formais, nos últimos 12 meses encerrados, o Estado registrou um aumento de 5,5% no número de vínculos trabalhistas, com um saldo de 136.166 novos vínculos trabalhistas — entre os setores da economia, as atividades de Serviços tiveram os principais resultados positivos no período, com destaque para Alojamento e Alimentação, com aumento de 17,2%. Mas apesar do número positivo na geração de emprego, por outro lado, o boletim aponta dados menos otimistas no universo de empregos formais do RS quando a questão é a média salarial dos trabalhadores. Segundo o levantamento, no último ano, os salários reais de admissão e de desligamento apresentaram tendência de queda. Para o ingresso, a redução foi de 6,7%, na comparação de maio de 2022 com o mesmo mês de 2021, e de 10,9%, no confronto com maio de 2020. Para os salários de saída, as variações foram de -1% e -13,3%, respectivamente.
PIB do Estado apresenta retração de 4,7% no primeiro trimestre do ano
A queda aparece também na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, que sofreu uma retração de 4,7% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, em discrepância com o desempenho econômico do país, cujo PIB teve uma variação positiva de 1,7% no mesmo período. Segundo a análise dos pesquisadores, que consta no documento publicado governo, a queda no PIB estadual pode ser atribuída “em grande parte, pelos efeitos adversos de uma nova estiagem que ocorreu no Estado”.