Construção civil teve crescimento de 32% nos últimos três anos

Atualmente município tem 106 obras de edifícios multifamiliares e comerciais

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Atualmente município tem 106 obras de edifícios multifamiliares e comerciais. (Foto: Rosângela Borges/ON)Atualmente município tem 106 obras de edifícios multifamiliares e comerciais. (Foto: Rosângela Borges/ON)
Atualmente município tem 106 obras de edifícios multifamiliares e comerciais. (Foto: Rosângela Borges/ON)
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A construção civil em Passo Fundo, umas das principais forças da economia regional, voltou a ter desempenho elevado. Se por um lado o período da pandemia estagnou obras, agora, dois anos depois, o setor já alcança índices de crescimento de 32% de 2019 para cá. 

Além da aceleração do setor da construção civil, tendo em vista a quantidade de obras em andamento – são 106, há crescimento também nos setores que abastecem as construções, como materiais de construção, móveis e decoração.

E as perspectivas continuam boas para encerrar o ano, especialmente em virtude do grande sucesso da exposição da Construimóveis 2022, que rendeu mais de R$ 160 milhões em negócios. “Após a feira, que aconteceu de 23 de setembro a 2 de outubro, as construtoras continuaram as negociações com os visitantes e isso nos impulsiona a termos um fechamento de ano muito bom”, afirmou o presidente do Sinduscon Passo Fundo e Região, Cristiano Basso.


O protagonismo da construção civil

Passo Fundo tem seu protagonismo na Construção Civil e, de acordo o Sinduscon, nos últimos 15 anos houve um grande salto de qualidade, em projetos e volume de obras, principalmente nas edificações de condomínios residenciais com grandes áreas de lazer.

A cidade vem crescendo em extensão, com novos bairros, loteamentos e condomínios, o que é uma tendência. “Os bairros estão se desenvolvendo e atendendo as demandas da população, exemplos como a Cidade Nova e a Vila Rodrigues, que cresceram muito nos últimos anos”, informou Basso.


Vendas e locações cresceram 35% na pandemia

O setor imobiliário cresceu nos últimos anos, em virtude da diversidade de projetos e também impulsionado pela procura durante a pandemia. “Neste período o mercado de casas foi o que mais puxou os índices de vendas, porém atualmente os prédios residenciais voltaram a ter a normalidade de procura e consequentemente a liderança”.


Empreendimento no centro teve 90% das suas unidades comercializadas em menos de dois meses 

Ricardo Bortolini, diretor da Bortolini Imóveis, afirmou que há um aquecimento maior em relação a novos empreendimentos. “Durante a pandemia tivemos muitos lançamentos sendo represados devido a toda insegurança que havia no momento. No mesmo período também tivemos o disparo do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que preocupou bastante quem estava comprando um imóvel na planta. Neste ano, além de lançamentos vindo para o mercado, também estamos acompanhando uma desaceleração do INCC que acaba ajudando na comercialização de imóveis novos. O índice vem caindo nos últimos meses demonstrando um cenário mais otimista para construção civil e para o mercado imobiliário. O INCC de setembro variou 0,10%, acumulando 10,89% em 12 meses. No mesmo período do ano passado houve uma alta de 0,56% e o acumulado era de 16,37% em 12 meses. O público investidor olha bastante para esses dados e é fundamental para o aquecimento das vendas de imóveis novos. O que temos visto é uma maior disposição para investir em imóveis, especialmente por ser um ativo muito seguro e rentável. A solidez do imóvel é uma grande aliada do investidor e se destaca ainda mais em momentos de crise, porque o imóvel, além de ser rentável a médio e longo prazo, também não sofre diretamente com as oscilações do cenário econômico. Para se ter uma ideia, lançamos um produto de 1 e 2 dormitórios, bem no centro de Passo Fundo, bem voltado ao investidor que teve 90% das suas unidades comercializadas em menos de dois meses”.  


2022: cenário positivo para a venda de imóveis 

De acordo com o diretor, 2022 iniciou com desafios, por todo o cenário econômico do país, especialmente pela alta da Selic e pelo aumento nas taxas de juros de financiamentos imobiliários, além do âmbito político. “As eleições estão deixando o comprador mais inseguro, aumentando a jornada de compra do cliente que está ponderando mais antes de assumir um compromisso a longo prazo. Apesar disso, tem sido um ano bastante positivo para a venda de imóveis, estamos conseguindo atender bem as expectativas, em termos de negócio e faturamento, principalmente pelos lançamentos que estão muito atrativos e com ótimas condições. Na locação, vimos o efeito da volta às aulas presenciais. O número de locações bateu recorde no último verão e já estamos nos preparando para atender a mesma demanda nos próximos meses.  


Procura por casas com pátio na pandemia 

“Está sendo interessante observar algumas mudanças no comportamento do consumidor. Durante a pandemia, por estarem mais reclusas em casa, houve mudança bem grande no perfil de imóveis mais buscados. Nesse período, se destacaram as casas com pátio, casas em condomínios fechados, apartamentos maiores, com maior infraestrutura de lazer e espaço exclusivo para utilização de home office. Neste ano, que realmente estamos desfrutando do pós-pandemia, já percebemos que as pessoas estão retomando suas preferências anteriores. Quem ainda mantém o novo hábito de consumo é o público com maior poder aquisitivo, que pode investir mais em qualidade de vida, adquirindo imóveis de alto padrão, imóveis na praia, no interior. De forma geral o que se mantém forte é o home office porque mesmo após a pandemia muitas pessoas ainda se mantêm trabalhando em casa e também um maior investimento nas áreas de lazer e convivência dos prédios. Algo que é tendência hoje nos condomínios são os minimercados, que ganharam força na pandemia e estão sendo cada vez mais aderidos pelos moradores dos prédios”.

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