Construção civil volta a ganhar destaque na geração de empregos após quatro meses

Segundo os dados do Novo Caged, Passo Fundo criou 260 vagas com carteira assinada em setembro, encerrando mais um mês com saldo positivo entre número de admitidos e demitidos

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Setor teve crescimento de 32% desde o início da pandemia, em 2020.Setor teve crescimento de 32% desde o início da pandemia, em 2020.
Setor teve crescimento de 32% desde o início da pandemia, em 2020.
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Depois de quatro meses em queda, a construção civil encerrou o mês de setembro com saldo positivo de 34 novos postos de trabalho criados no município, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Os números vão ao encontro da retomada do setor, que teve crescimento de 32% nos últimos três anos. Acompanhado disso, Passo Fundo fecha o quarto mês de alta na geração de empregos, com 2,7 mil admissões e 2,4 mil demissões, criando 260 novas vagas com carteira assinada, com destaque para os segmentos de serviço e indústria.


Retomada da construção civil 

São cerca de 106 obras em andamento em toda extensão passo-fundense. Ao lado do crescimento de setores que abastecem as construções, incluindo lojas de materiais, móveis e decoração, está a mão de obra, que teve 189 admissões e 155 demissões em setembro. Conforme explicou o coordenador local da Agência FGTAS/Sine, Sérgio Ferrari, com a chegada do final de ano, após a passagem do inverno, a tendência da população é iniciar a manutenção de suas residências, o que exige profissionais qualificados para tal. “Além disso, temos um grande número de empreendimentos surgindo em Passo Fundo, tanto de prédios e casas novos aprovados pela Secretaria de Obras de Passo Fundo e isso tem a tendência de crescer ainda mais até o final do ano”, pontuou.

Levando em conta a necessidade de grande investimento para a construção, reforma ou compra de um imóvel, Sérgio pontua que este setor depende muito de linhas de crédito e financiamento, visto que nem todos têm os recursos necessários para realizá-lo. “Então as pessoas guardam o dinheiro e até mesmo os destinam para as empresas que fazem uma reforma ou construção”, disse, destacando que a procura por esses profissionais tem crescido consideravelmente nas agências. “Pedreiro, pintor, eletricista, azulejista, gesseiro. Todos que fazem parte de uma obra e são contratados na construção civil”, esclareceu o coordenador. 


Expansão da idade dos contratados 

Apesar dos últimos meses terem chamado a atenção para o número de contratados entre as idades de 17 a 24 anos, neste mês o destaque foi para as contrações de pessoas entre 40 a 49 anos, sendo 96 das 260 vagas ocupadas por essa faixa. Vindos de uma tendência de qualificar os jovens, Sérgio Ferrari explica que agora as empresas têm buscado uma mão de obra acima dos 40 anos, seguindo aos 50 e 60 anos. “Quase sempre essa pessoa tem família formada, precisa daquela renda, tem qualificação e compromisso com a empresa. Ele desempenha bem as suas funções e cumpre as responsabilidades para poder crescer dentro da empresa”, afirmou, refletindo que muito desse comportamento não está presente nos jovens. "Às vezes eles tem muitas faltas, não trabalham e isso você não terá com uma pessoa que é pai de família e já é mais maduro”, acrescentou.


Indústria e serviços

No mês de setembro, o setor que mais gerou empregos foi o serviço, com a contração de 1,219 pessoas e a demissão de 1,036, resultando no saldo positivo de 183 vagas. Na sequência, a indústria criou 54 postos de trabalho, com 414 admitidos e 360 demitidos. “Quando você tem um comércio andando, sinal que você vai precisar lá da indústria. Contratado, ele pode pensar na construção, reforma ou compra de uma casa, que vai mover a construção civil”, observou o coordenador da agência local FGTAS/Sine. “Tudo é uma corrente. O emprego gera dignidade, auto estima para as pessoas, as famílias, que podem ter a sua renda e fazer as suas coisas”, completou Sérgio.

Apesar do comércio ter sido o destaque do mês de agosto, com o saldo positivo de 132 vagas, em setembro o setor apresentou uma acentuada queda, tendo demitido 9 pessoas a mais do que contratou. Ao todo foram 882 admissões e 891 demissões. Na mesma linha, a agropecuária demitiu duas pessoas a mais do que contratou, sendo 16 pessoas contratadas e 18 demitidas. 


Instrução e gênero

Com 212 vagas ocupadas por mulheres e somente 48 por homens, o grau de instrução dos contratados têm repetido a necessidade de ensino e profissionalização dos contratados. “Nós e os empresários estamos tendo uma dificuldade muito grande na mão de obra, que exige uma série de experiências e até mesmo para aquelas vagas em que não precisa”, mencionou Sérgio Ferrari. Nos dados do Novo Caged de setembro, 183 das 260 vagas foram preenchidas por pessoas com o ensino médio completo, seguido por 74 com o ensino superior incompleto e 35 com superior completo. “Ao mesmo tempo diminuiu a questão salarial ao que era antes da pandemia, você nota isso em alguns cargos, mas tem a oportunidade”, ponderou.

Nas vagas temporárias, Passo Fundo registrou 63 admissões e 24 desligamentos, com destaque para o setor de serviços, com 32 contratações, comércio, com seis carteiras assinadas, e a indústria com apenas uma.


Vagas na FGTAS/Sine

A Agência FGTAS/Sine de Passo Fundo está com mais de 250 vagas de emprego abertas, entre empresas tradicionais e outras maiores, totalizando 72 que incluem toda a rede de postos de combustíveis do município. O encaminhamento de vagas pode ser feito pelo aplicativo SINE Fácil, portal Emprega Brasil ou diretamente na agência FGTAS/Sine, localizada na Av. Brasil Leste, nº 651, Bairro Centro.  

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