No mês de novembro, as famílias passo-fundenses precisaram de R$ 1.493,09 para assegurar a compra da cesta básica, conforme revelou o monitoramento do Centro de Pesquisa e Extensão da Universidade de Passo Fundo (Cepeac/UPF).
A alta nos preços dos alimentos, refletida sobretudo na carne bovina e nos hortifrutis, encareceu em R$ 27,89 o valor pago por cada cesta em relação ao observado em outubro quando foram necessários R$ 1.465,20 para a aquisição dos produtos essenciais consumidos durante o mês. “Essa alta está relacionada, basicamente, às elevações de alguns produtos. Os hortifrutis, novamente, são preponderantes. As chuvas nas últimas semanas atrapalharam bastante a parte dos produtos ligados à agricultura. O que mais consta é o aumento da carne bovina de 7,38% nesse período, ela pesa bastante”, explicou o economista e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Julcemar Zilli.
Conforme mostra o estudo e pesquisa de preços realizado mensalmente pela instituição, a elevação no penúltimo mês deste ano foi de 1,90%. Desde janeiro, menciona o docente, o aumento observado foi de 12, 12% no preço pago pela cesta básica no município. Em comparação aos últimos 12 meses, que envolve também alguns meses de 2021, afirma Zilli, a elevação nos valores foi de 26, 62%. “Isso mostra que, de fato, o ano de 2022, por mais que os preços estavam aumentando no início do ano, mais para metade e final do ano estamos enxergando um preço um pouco mais estável”, analisou.
Demanda sazonal
Ao ter a cebola, o tomate e a carne vermelha na cesta dos produtos que mais pesaram no orçamento familiar, o vinagre, o pão de forma e a farinha de trigo estão entre os que apresentaram queda no último levantamento.
A partir da demanda sazonal por produtos característicos do consumo nas festas de final de ano, a elevação de preços deverá ser incidir sobre as carnes, especialmente a suína, em dezembro. “Mesmo que o mercado já esteja preparado para atender essa demanda, ocorre sim o aumento no preço desses produtos que são mais demandados”, esclareceu o economista. "A perspectiva é que para o mês de dezembro nós ainda vamos ter preços um pouco mais elevados do que o normal. A partir de janeiro e fevereiro, já vamos começar a observar alguns preços se reduzindo e apresentando uma queda", afirmou o professor da UPF.
Ao contrastar os valores necessários para a compra da cesta básica com o salário mínimo pago aos trabalhadores, de R$ 1.212, os pesquisadores constataram uma diminuição no poder de compra das famílias passo-fundenses. “Em novembro de 2021, as pessoas precisavam de 1,7 salários para comprar a cesta básica e, agora, no mês de novembro de 2022 elas precisam 1,23 salários para comprar esta mesma cesta básica. Ou seja, necessitam um pouco mais de dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens e serviços”, apontou Zilli.