Cesta básica de Passo Fundo teve alta de 1,76% em janeiro

Elevação é reflexo da menor oferta de produtos no mercado e da cotação do câmbio

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Entre os produtos que acumularam maiores altas de preços, estão a carne bovina, o feijão e o frango. (Foto: Divulgação)Entre os produtos que acumularam maiores altas de preços, estão a carne bovina, o feijão e o frango. (Foto: Divulgação)
Entre os produtos que acumularam maiores altas de preços, estão a carne bovina, o feijão e o frango. (Foto: Divulgação)
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Pelo terceiro mês consecutivo, Passo Fundo registrou o aumento no custo da cesta básica, segundo o Centro de Pesquisa e Extensão da Universidade de Passo Fundo (Cepeac/UPF). Com a subida de 1,90% em novembro e 1,80% em dezembro, o mês de janeiro foi marcado pela elevação de 1,76% no preço dos itens que compõem a cesta básica, alta que é reflexo da menor oferta de produtos no mercado e da cotação do câmbio.

O boletim divulgado mensalmente pelo Cepeac constatou que, no mês de dezembro de 2022, foram necessários R$ 1520,00 para a aquisição da cesta, ao passo que em janeiro de 2023, o valor foi de R$ 1546,68, o que representa uma alta de R$ 26,68 por cesta. 


Demandas de final de ano 

Entre os produtos que acumularam maiores altas de preços, estão a carne bovina, o feijão e o frango. Conforme esclareceu o professor e economista Julcemar Zilli, essa subida está associada às festas de final de ano e o crescimento da demanda por carnes de peru. “Nessa época, muitos dos frigoríficos acabam centralizando a produção nas carnes de peru. Porventura, isso acaba diminuindo a oferta de frango no mercado e refletindo no aumento dos preços no mês de janeiro”, explicou.

Somado a esse fator, o economista ressalta que a cotação do câmbio, que é o valor de uma moeda estrangeira com relação à moeda brasileira, tem influenciado no preço das carnes de frango e bovina. “A cotação cambial tem feito com que as exportações melhorassem, há uma competitividade, estamos mandando bastante carne de suínos, bovinos e frango para o mercado internacional e deixando a oferta interna diminuir”, pontuou Zilli.


Baixas no hortifrúti 

Já na relação dos produtos de maior queda, encontram-se a cebola, o tomate e o óleo. O preço favorável das hortifrúti está vinculado à boa produção tanto da cebola quanto do tomate na região sudeste. “O clima está bom na principal região produtora, que é o Sudeste, pelo estado de São Paulo. Com uma boa produção, o cenário melhorou significativamente e isso vem sendo repassado ao consumidor”, esclareceu Julcemar Zilli, lembrando que agora é possível encontrar o tomate a preços como R$ 3,50 a R$ 4,00, enquanto em meses anteriores o item era encontrado entre R$ 9,00 e R$ 10,00.


De janeiro de 2022 a janeiro de 2023

Sobre a evolução anual do custo da cesta básica de Passo Fundo, observou-se que houve um aumento de 18,68%, passando de R$ 1294,95 em janeiro de 2022 para R$ 1546,68 em janeiro de 2023, e a cesta segue com uma alta de R$ 251,73 em relação ao ano passado. 

Essa alta está relacionada, principalmente, aos primeiros seis meses de 2022, influenciados pela retomada do consumo após o período mais intenso da pandemia. “Com a redução das restrições, as pessoas voltaram a consumir, a comprar. Essa procura gerou uma demanda maior que a oferta e fez o valor dos produtos aumentar”, explicou Julcemar. “No segundo semestre do ano, as pessoas voltaram a se acomodar e essa acomodação fez com que os preços de vários produtos voltassem a diminuir”, completou o economista, destacando que a inflação teve o mesmo comportamento que a cesta básica.


Período pandêmico

Segundo os dados acompanhados pelo Cepeac, os preços da cesta básica no município se elevaram em 70,87% nos últimos três anos, passando de R$ 889,90 em dezembro de 2019 para 1.520,00 em dezembro de 2022. Em um ano o custo subiu 16,86%, passando de R$ 1.300,70 em dezembro de 2021 para R$ 1.520,00 em dezembro de 2022. De acordo com o levantamento, a elevação foi proporcionada pelo período pandêmico e pelo conflito Rússia e Ucrânia.

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