34,5% da população economicamente ativa de Passo Fundo está negativada

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Para diretor da CDL, Roberto Estivallet, aproximadamente 40% dos endividados na cidade podem retornar ao mercado de crédito por meio do Programa Desenrola Brasil Para diretor da CDL, Roberto Estivallet, aproximadamente 40% dos endividados na cidade podem retornar ao mercado de crédito por meio do Programa Desenrola Brasil
Para diretor da CDL, Roberto Estivallet, aproximadamente 40% dos endividados na cidade podem retornar ao mercado de crédito por meio do Programa Desenrola Brasil
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Para diretor o da CDL, Roberto Estivallet, aproximadamente 40% dos endividados na cidade podem retornar ao mercado de crédito por meio do programa Desenrola Brasil

Em funcionamento desde segunda-feira (17), o programa Desenrola Brasil, uma iniciativa do Governo Federal, vai ajudar na renegociação de dívidas da população. A expectativa é de que o Programa recoloque milhões de brasileiros no mercado de consumo, e terá reflexos positivos também em Passo Fundo.

Segundo o Diretor da CDL Passo Fundo e integrante da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Roberto Estivallet, 34,5% da população economicamente ativa da cidade está negativada. Ele acredita que com a possibilidade de renegociação, uma parcela de aproximadamente 40% destes endividados serão novamente inseridos no mercado de crédito.

O diretor destaca que os dados da cidade estão 2% acima da média nacional e 3% acima da média do Rio Grande do Sul, mas ele enfatiza que isso acontece, não porque o passo-fundense é um mau pagador, mas pelas características econômicas da cidade. “Passo Fundo é um centro consumidor. E essa média é sempre um pouco mais alta nos locais com a característica de receber consumidores de outras cidades para realização de compras”, disse ele.


Reflexos positivos 

Estivallet, enfatiza que em um primeiro momento, o impacto do Programa será muito positivo, pois sempre que se fala em recuperar crédito, as pessoas voltam ao mercado consumidor, e isso impacta na economia. “É importante destacar que o governo não vai pagar a conta, mas o Desenrola Brasil vai permitir que as pessoas façam uma negociação em condições mais favoráveis”, explicou ele.

O diretor enfatizou outro aspecto importante da iniciativa. Em todo o Brasil, segundo ele, há aproximadamente 10,8 milhões de pessoas que vão deixar o SPC/Serasa, porque elas devem menos de R$ 100 o que é considerada uma dívida muita baixa. “Embora sejam consumidores com a renda baixa, elas voltam a fazer parte do mercado de crédito”, explica.


Educação Financeira 

Estivallet destaca que há a necessidade de aprimoramento de alguns pontos do Programa. Além de ampliá-lo para outros segmentos, que hoje se restringe ao setor bancário, existe uma demanda para que as pessoas que fizerem a renegociação, passem por um processo de educação financeira. “Em alguns casos, acontece que o consumidor renegocia as dívidas, e faz outra divida, mas não consegue cumprir com nenhuma. Não adianta só limpar o nome, tem que tomar cuidado para não se enrolar outra vez”, destacou.


O grande vilão 

O diretor enfatiza que o grande problema enfrentando pelas pessoas que se endividam é o cartão de crédito. Estivallet explica que geralmente quando uma pessoa faz uma negociação de dívida em qualquer setor da economia, o juro cobrado é, no máximo, a taxa Selic. Porém quando se trata de cartão de crédito, os juros da negociação chegam a 380% ao ano. “Uma pessoa que deve R$ 100 e divide essa dívida em parcelas, no final ela pode pagar aproximadamente de R$ 400. Então os juros são realmente um grande problema”, comenta.

Ele diz ainda que quando as pessoas gastam somente o que o orçamento permite, acabam consumindo bens, sem o pagamento de juros, promovendo o desenvolvimento. Por outro lado, quando uma pessoa gasta seu orçamento pagando dívidas, os juros acabam ficando acima do valor do bem adquirido, e isso não traz benefícios para a sociedade.

Roberto destaca ainda atualmente que as pessoas começaram a comprar alimentos com o cartão de crédito, e isso se tornou um problema para quem que acaba se endividando.  

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