As sequelas da Covid-19 ainda não são totalmente conhecidas. Diversos estudos buscam compreender e oferecer tratamento e acompanhamento para as pessoas que tiveram a doença causadora da mais recente crise sanitária mundial. Como saber se os cuidados estão adequados? A resposta pode estar na pesquisa que começa a ser desenvolvida na Universidade de Passo Fundo (UPF). Um ensaio clínico que conta com o trabalho de mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humanos e acadêmicos do curso de Fisioterapia, quer verificar os efeitos de um protocolo de intervenção fisioterapêutica na síndrome pós-covid.
Um dos estudos é liderado pelo professor Me. Matheus dos Santos Gomes Jorge e integra as ações do seu doutorado em Envelhecimento Humano. Ele relata que tem trabalhado com pacientes pós-covid-19 desde 2020 e observa a importância da fisioterapia para estas pessoas. “Diversos protocolos de Fisioterapia já foram delineados por associações e conselhos, embora as evidências ainda sejam escassas sobre os seus efeitos na fase pós doença, sobretudo em relação ao Método Pilates, uma das intervenções que estamos nos propondo a fazer”, pontua.
Matheus explica que a pesquisa é do tipo ensaio clínico randomizado, ou seja, com pessoas escolhidas de forma aleatória. Durante as fases, que terão duração de oito semanas, serão avaliadas pessoas que tenham idade entre 20 e 80 anos e que tenham tido Covid-19 há pelo menos 3 meses.
Depois disso, o professor explica que os indivíduos serão sorteados para realizar a intervenção fisioterapêutica em um dos três grupos: exercícios supervisionados, Método Pilates ou orientações domiciliares. As intervenções ocorrerão em 16 sessões, na Clínica Escola do Curso de Fisioterapia da UPF, exceto o grupo que terá orientações domiciliares. “Este projeto oferecerá o serviço de fisioterapia gratuitamente. Após as intervenções iremos averiguar nossos resultados e caso constatados os benefícios da fisioterapia iremos ofertar o tratamento para reabilitação fisioterapêutica até a alta do paciente”, observa.