Com uma diversidade de espécies, cores, tamanhos e formas, as borboletas são insetos importantes para manter o equilíbrio da natureza. Sabendo dessa importância e buscando entender ainda mais sobre elas, a bióloga e agora mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Passo Fundo (PPGCiamb/UPF), Caroline da Silva Ribeiro, realizou um estudo sobre as borboletas frugívoras da Floresta Nacional de Passo Fundo (Flona).
O grupo de frugívoras tem como principais características não se alimentar de néctar, mas, sim, de frutos fermentados, animais em decomposição, fezes e seiva de plantas. “Durante a pesquisa fizemos um levantamento da riqueza e abundância dessas espécies de borboletas, assim como seu comportamento, levando em consideração a estratificação vertical, borda de floresta e sazonalidade. E, ainda, graças à atividade de marcação-recaptura, registramos também informações biológicas importantes como longevidade e deslocamento dos indivíduos”, conta Caroline.
O local escolhido para a pesquisa foi a Flona de Passo Fundo, um espaço gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com mais de 1,3 mil hectares, e voltado para a realização de inúmeras pesquisas para conhecimento da biodiversidade regional. A mestre, que defendeu a dissertação no mês de abril, conta que, para a amostragem das borboletas frugívoras, foram instaladas iscas com banana fermentada com caldo de cana em cinco pontos da Floresta. “No período de 12 meses foram amostrados mais de 5,8 mil indivíduos de 45 espécies de borboletas frugívoras na Flona. Com a marcação-recaptura, registramos algumas espécies que percorrem mais de 1,5 km do local da marcação ou que tiveram mais de 200 dias de longevidade, o que podemos classificar como uma das mais longevas que conhecemos”, comenta.
Uma curiosidade observada pela autora da pesquisa é da espécie Morpho epistrophus, uma borboleta branca, de porte grande, que apresenta um crescimento populacional na Flona em meados de fevereiro e março. “Ele ocorre num período bem curto, entre um a dois meses da forma adulta, e dá uma explosão populacional muito grande. Conseguimos amostrar 600 indivíduos só dessa espécie em questão de dois meses”, destaca a mestre.
Muzar terá exposição sobre as borboletas
Na quarta-feira (1º), quem quiser conhecer mais sobre a pesquisa feita pela mestre Caroline Ribeiro pode conferir a exposição “Desvendando as Borboletas da Floresta Nacional de Passo Fundo”, que estará à mostra no Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) da UPF. “Mesmo com todos os desafios e receios da pandemia da covid-19 conseguimos manter nosso cronograma e os resultados da pesquisa foram espetaculares”, comemorou a mestre.