O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) realiza a 3ª edição da “Caravana pela democracia: nas escolas, nas ruas e nas urnas” em Passo Fundo. Durante a quinta-feira (25), cerca de 15 das 33 instituições estaduais de Passo Fundo receberam representantes do CPERS, onde temas como a falta de investimentos na educação e a desvalorização da categoria foram debatidos junto aos professores da rede estadual.
Segundo os representantes do CPERS, um dos temas levantados pela caravana é a precarização das relações trabalhistas. Com a implantação do Novo Ensino Médio no Estado, professores precisaram se adaptar a um novo modo de ensinar, com disciplinas que não possuíam domínio, o que vem resultando, até hoje, em uma sobrecarga de trabalho. “As escolas, aquelas periféricas, ficam subordinadas a situações que a gente conhece, como o abandono dos prédios, falta de professores, de um currículo muito empobrecido, seja na carga horária, seja no próprio conteúdo”, relatou o presidente do CPERS, Alex Santos Saratt, explicando que a aplicação do novo modelo oferece uma formação precarizada aos estudantes e faz nascer uma espécie de “castas do ensino médio”, em que a escola pública fica em segundo plano, enquanto as particulares possuem os recursos necessários para investir.
Para além disso, questões como a previdência social, atraso salarial e o não-pagamento do piso salarial da categoria, somado ao déficit do vale transporte e alimentação, também estão sendo trazidas para dentro das escolas. “Porque a caravana é isso, discutir nas escolas aquilo que nós mostramos nas ruas e queremos mostrar também nas urnas”, esclareceu Alex Saratt, lembrando que em 2016 foi aprovada a Emenda Constitucional nº 95, a PEC da Morte, que congelou os gastos públicos na educação, saúde e outras áreas por 20 anos. “A variação dos investimentos nessas áreas vai ser apenas a do índice de inflação. E sabemos que há uma dívida histórica do Estado brasileiro com educação, saúde, moradia e você não vai conseguir resolver isso com orçamentos restritos. Você precisa de políticas de investimento”, observou Alex Saratt, acrescentando que os prejuízos da PEC vem sendo debatidos dentro do CPERS.