O governo do Rio Grande do Sul anunciou que em 2024, 93 escolas devem passar a ofertar o ensino integral, aumentando para 204 escolas que atuam com aulas nos dois turnos. Na região da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, cinco escolas devem passar a oferecer vagas em turno integral.
De acordo com a coordenadora da 7ª CRE, Carine Imperator Weber, das cinco escolas que passarão a ofertar aula integral, três são em Passo Fundo e duas em Lagoa Vermelha. “Em Passo Fundo está prevista no Colégio Mário Quintana, no Bairro Edmundo Trein, na Escola Cardeal Arcoverde, no Bairro Petrópolis, e na Escola Prestes Guimarães, no Bairro São José. Já em Lagoa Vermelha, está previsto nas Escolas Francisco Argenta e Dr. Araby Augusto Nácul”, conta.
Sobre a implementação, Carine explica que deverá iniciar por turmas do 1º ano do Ensino Médio. “É uma política do estado e no próximo ano vamos ter a implantação do ensino médio integral iniciando pelo 1º ano, então essas escolas que estão sendo organizadas e planejadas. Vamos começar essa implantação apenas nas turmas de 1º ano do Ensino Médio, em 2025 1º e 2º ano; e em 2026 no 1º, 2º e 3º do Ensino Médio”, explicou.
Mudança curricular
Com a ampliação do tempo de permanência do aluno na escola, a estrutura curricular precisa ser ampliada. De acordo com Carine, a mudança na estrutura está sendo construída pela Secretaria Estadual de Educação. “Essa política vai valer para as 30 coordenadorias regionais, para todas as escolas em tempo integral. Estamos trabalhando com o conceito que não é só uma ampliação de tempo, mas uma ampliação da experiência e possibilidades que façam mais sentido para eles, além da qualidade do que temos oferecido para os nossos alunos do ensino médio”, pontua.
Preparação as escolas
Para Carine, o desafio não é só ofertar a possibilidade de um tempo maior na escola, mas ofertar vivências que preparem esse aluno não só para o mercado de trabalho, mas para a vida. “A gente tem que sair desse lugar, desse pensamento de que um turno é aula e outro recreação, não é isso, na verdade é uma proposta pedagógica nos dois turnos. A intenção é que nossa matriz curricular, os componentes e as experiências tenham esse lugar mais voltado para habilidades, competências e para o mercado de trabalho. É uma construção com a possibilidade de uma formação mais global que prepare nossos meninos e meninas para o mercado de trabalho independente da profissão que venham a seguir posteriormente”, disse.
Sobre o número de turmas e de estudantes que devem cursar o turno integral no próximo ano, a coordenadora da 7ª CRE explicou que ainda não saiu a portaria do governo do estado com as datas para o período de rematrículas, somente após a finalização dessa etapa que poderão se ter esses dados. “Nos próximos dias sai a nossa chamada pública escolar para rematrícula, então a partir desse levantamento vamos conseguir fazer a divisão das turmas”, informou.
Sobre a disposição de professores
A coordenadoria aguarda as informações referentes a matriz curricular e os componentes que serão abrangidos para definição e adequação da carga horária dos professores que vão atuar nas turmas de ensino integral. “Todo o planejamento para implantação do tempo integral partiu de duas premissas sendo: primeiro que a escola tenha espaço físico, afinal dobra o atendimento; e segundo, que a gente precisa ter condições de ampliação de carga horária para área de professores, fizemos um estudo nessa perspectiva e essas escolas têm que ter condições de atender”, disse.
Segundo Carine, um estudo do quadro de professores da coordenadoria junto com o departamento de recursos humanos e pedagógico que CRE estará atuando, assim como é feito a cada início de ano letivo para garantir que haja professores para o ensino.
Mais qualidade no ensino
Sobre a possibilidade de migração de alunos que prefiram o tempo parcial ou mesmo que desejem o turno integral, a coordenadora da 7ª CRE, disse que isso já está previsto e que serão feitas as conduções conforme a necessidade. “ Pelo que vemos de experiências mundo afora, índices não só de ingresso, mas de permanência no ensino superior, remuneração é melhor para o estudante egresso do ensino integral, ou seja, temos modelos muito positivos, é um desafio novo para gente, mas as evidências que se tem é que realmente se qualifica muito a vida dos jovens”, finalizou.
Foto: Jéssica França