Na contagem regressiva para o 1º turno das eleições 2022, que acontece no dia 2 de outubro, a partir desta edição o Jornal O Nacional passa a apresentar a trajetória, propostas e principais pautas levantadas pelos candidatos que concorrem aos cargos de governador do Rio Grande do Sul, a deputado estadual, deputado federal e a senador. Por ordem alfabética, Argenta (PSC) e Carlos Messalla (PCB) são os dois primeiros dos 10 candidatos ao governo do Estado que farão parte desta série de conteúdos.
Geração de emprego e redução de gastos na gestão pública estão na pauta de Roberto Argenta
Candidato pelo Partido Social Cristão (PSC), Roberto Argenta, 70 anos, tem como vice a servidora pública municipal Nívea Rosa (Solidariedade), de 46 anos, com apoio do Solidariedade e do Agir. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Roberto é natural de Gramado e fundou há 46 anos a Calçados Beira Rio. Iniciando sua carreira política em 1988 como prefeito de Igrejinha, Argenta também integrou a Câmara de Vereadores do município e foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Entre 2004 e 2006, foi presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs).
“Quarenta anos em quatro”
Trazendo como slogan “O emprego garante o presente e a educação garante o futuro”, Argenta declara em seu Plano de Governo que a “velha e arcaica política” é um “ciclo vicioso que precisa ser quebrado”, colocando como principal pauta a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social. Nessa esfera, seu plano está dividido em 12 temas principais: saúde; educação, ciência, tecnologia/inovação; segurança, pacificação social e justiça; infraestrutura; administração e finanças; agricultura e agronegócio; emprego, desenvolvimento econômico e turismo; irrigação; desenvolvimento da metade sul do Estado; assistência social e esporte; e por fim, desperdício zero.
Entre as propostas, Argenta busca investir em escolas técnicas e profissionalizantes para introduzir mais rapidamente os jovens no mercado de trabalho. Na esfera social, dá apoio aos trabalhos comunitários e na inclusão através do esporte.
No desenvolvimento, propõe programas de aceleração e incentivo ao turismo, o estímulo a exportações, a criação de centros de empreendedorismo e cidadania, além do acesso a crédito para micros e pequenos empresários. Acompanhado disso, busca ações para reduzir o desequilíbrio econômico entre as diferentes partes do estado, com foco no Fundo Operação Empresa (FUNDOPEM) e a metade Sul do Estado.
Dentro da gestão, Roberto Argenta projeta uma equipe “mais enxuta”, com a redução de 40% no número de secretarias e em 30% dos cargos comissionados, somado a venda de imóveis fora de uso, redução de carros e controle rigoroso dos gastos. O candidato ainda quer simplificar os processos burocráticos e promover a recuperação fiscal.
Argenta mantém apoio ao SUS, propondo acesso à saúde de forma ágil e resolutiva. Na tangente da energia elétrica propõe o programa “energia gaúcha”, com o objetivo de fazer o Rio Grande do Sul referência na oferta de energia do Brasil. O candidato ainda tem no horizonte a priorização da agricultura familiar, com ampliação da renda do pequeno produtor rural com a identificação de novas culturas.
Combater as desigualdades sociais e reversão de todas as privatizações do Estado são o foco de Carlos Messalla
Candidato pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Carlos Messalla Lima da Rosa tem 46 anos e concorre junto ao servidor público aposentado Edson Canabarro (PCB) de 78 anos, compondo uma chapa pura. Natural de Gravataí, Carlos é servidor público dos Correios e ex-dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios. Militante do PCB e da Unidade Classista, foi candidato a vereador de Porto Alegre em 2020 pelo partido, no entanto, não conseguiu se eleger.
Combate a desigualdades sociais
Em seu Plano de Governo, o PCB apresenta um “Programa Emergencial ao Estado do Rio Grande do Sul” de caráter “anticapitalista e anti-imperialista”. De maneira efetiva, o plano de Messalla é voltado ao combate ao desemprego, à fome, à miséria e toda forma de opressão e exploração, dividido em sete temas principais: trabalho; planejamento econômico; terra, agricultura e combate à fome; moradia, transporte e reprodução da vida; saúde: a vida acima dos lucros; luta contra todas as formas de opressão; e por fim, educação, cultura, ciência e tecnologia.
Entre as propostas, Carlos Messalla quer quintuplicar o salário mínimo atual do Estado, fortalecer concursos, serviços e servidores públicos, além de mobilizar pela revogação da reforma trabalhista e previdenciária. Acompanhado, propõe “mais impostos para os mais ricos” e “menos impostos para os mais pobres”, direcionando, proporcionalmente, mais investimentos públicos para as regiões mais pobres do Estado.
Promovendo a reforma agrária, na mesma esfera quer regularização de assentamentos rurais e demarcação de terras indígenas, fomentando a agricultura familiar, cooperativas agrícolas e criando a “AgroRS”, voltada ao desenvolvimento de terras agricultáveis. Ainda, propõe uma reforma urbana, com a utilização de imóveis urbanos e terrenos vazios para residências populares e lazer coletivo.
É a favor da legalização, despenalização e descriminalização do aborto, além de incentivar a qualificação a Atenção Primária à Saúde. Na educação, Messalla é contra o ensino voltado ao empreendedorismo e à militarização, lutando pela revogação da reforma do novo ensino médio.
O que Messalla diz sobre a privatização
De acordo com o Plano de Governo do candidato, é proposto um programa ao Estado que busca “reverter todas privatizações”. Defende o fortalecimento público do Banrisul e a reestatização das empresas estratégicas, como a CEEE, Corsan, Sulgás e CRM. Além da estatização do transporte intramunicipal e criação de uma empresa estatal para viagens intermunicipais. É contra a privatização da saúde e a favor do fortalecimento do SUS, acompanhado da defesa da rede pública de ensino.