Lula e Bolsonaro buscam reduzir índice de abstenção no 2º turno

Com foco na agenda econômica nesta reta final de campanha, candidatos concentram esforços para o comparecimento dos eleitores às urnas

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Decorridos 20 dias de campanha, centenas de quilômetros percorridos pelas regiões do país e maturação de estratégias, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) concentraram esforços na captação de votos entre os eleitores que não compareceram às urnas no primeiro turno buscando reduzir o índice de abstenção neste domingo (30), quando os brasileiros decidirão as eleições presidenciais deste ano. 

Às vésperas de uma nova votação, na qual mais de 156 milhões estarão aptos a eleger quem governará o país pelos próximos quatro anos sendo 149,7 mil votantes em Passo Fundo, o jornal O Nacional resgata como foram as últimas semanas dos presidenciáveis nesta corrida pelo Palácio do Planalto. 


Lula recebeu apoios importantes para o segundo turno 

Ao priorizar as agendas de rua, a campanha de Lula evitou uma abordagem mais enfática às pautas de costume, como a legalização do aborto e das drogas, por entender que tais debates competem mais ao Legislativo que ao Executivo. 

Ainda assim, o petista gravou um vídeo no início de outubro onde diz ser contra a interrupção voluntária da gravidez. “Acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só por que nós somos defensores da vida, mas porque deve ser uma coisa muito desagradável e muito dolorosa alguém fazer um aborto”, afirmou Lula na peça audiovisual. 

Além do tema, caro aos eleitores conservadores, os assuntos relacionados à religião voltaram a orbitar o entorno do ex-presidente, que teve 48,43% dos votos válidos no primeiro turno. Embora seja cristão, Lula ressaltou que não utilizaria isso como “arma eleitoral” e, em uma tentativa de penetrar em um dos redutos do bolsonarismo, participou de um evento voltado aos evangélicos na Baixada Fluminense. 

Com isso, a agenda econômica e a contenda contra as informações enganosas ocuparam a maior parte do espaço de diálogo aberto pelo petista junto com a expansão na utilização das redes socais para potencializar o alcance da campanha. Ao focar na diminuição de renda e na redução do poder de compra das famílias brasileiras, Lula manteve a tônica de combate à fome e à inflação, simplificação de tributos e geração de empregos. 

Ao receber apoio político da terceira colocada na corrida presidencial de 2022, Simone Tebet (MDB), e de Ciro Gomes (PDT), as alianças firmadas pela coligação lulista, composta por dez partidos no primeiro turno, também foram endossadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e por João Amoêdo, cuja filiação ao partido Novo foi suspensa depois da manifestação favorável ao candidato do PT. 


Bolsonaro focou campanha na economina e programas sociais 

Ao focalizar a economia, apontando uma importância em unir programas sociais à ocupação e incentivar o empreendedorismo, o QG do Presidente da República, e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) se esforçou, nesta última semana, em desvincular a imagem de Bolsonaro à de Roberto Jefferson (PTB-RJ), aliado preso no domingo (23) após atirar em policiais, e citar uma promessa de reajuste do salário mínimo e das pensões em um futuro mandato. 

Impulsionando, ainda, as publicidades nas mídias sociais, a campanha bolsonarista também apostou nas estratégias digitais para chegar aos eleitores indecisos acenando à classe média e aos setores populacionais mais carentes do país com propostas para a isenção do Imposto de Renda (IR) e a manutenção do Auxílio Brasil, apresentado durante a pandemia. 

Adotando um discurso moderado, a concentração de esforços está presente, sobretudo, nos três maiores colégios eleitorais do Brasil para mudar a decisão dos eleitores do Sudeste que depositaram o voto em Lula no primeiro turno. Considerado estado-chave para as eleições presidenciais, Minas Gerais será o termômetro da disputa e local no qual o atual presidente tentará virar o voto no domingo. “Minas já virou. Minas nos dá o norte para a vitória. Minas decide as eleições. Ninguém chega à presidência sem ser vitorioso em Minas Gerais”, afirmou Bolsonaro em discurso para uma multidão de apoiadores em Uberlândia na quarta-feira (26). 

Buscando uma porcentagem maior que os 43,2% de votos válidos contabilizados no primeiro turno, o presidente recebeu apoio de Sergio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça na gestão Bolsonaro, ex-juiz e senador eleito pelo Paraná; Romeu Zema (Novo), governador reeleito de Minas Gerais; Claudio Castro, governador reeleito do Rio de Janeiro (PL); e Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo derrotado no primeiro turno na disputa por reeleição.

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